1º Seminário de Raça e Diversidade acontece nesta semana em Natal com participação da deputada federal Erika Hilton

Especialistas de todo o Brasil estarão em Natal, nos dias 18 e 19 de julho, para o 1º Seminário de Raça e Diversidade: Direitos Humanos e Cidadania. O evento será no Teatro Riachuelo e é uma realização do Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região (RN), por meio da sua Escola Judicial, em parceria com o Ministério Público do Trabalho (MPT-RN) e com apoio da Associação dos Servidores da Justiça do Trabalho – Astra21.

Mais de 1.300 pessoas devem assistir aos debates sobre temas ligados à raça, diversidade e direitos das minorias, que vão começar na quinta (18) com a conferência de abertura da professora da Escola de Comunicação e Artes da USP, Rosane Borges, às 9h, sobre ‘Racismo estrutural e seus reflexos nas relações humanas e no acesso ao mundo do trabalho’.

professora da Escola de Comunicação e Artes da USP, Rosane Borges

Ainda na manhã do dia 18/7, será realizado o painel sobre ‘Os mecanismos jurídicos no combate ao racismo nas esferas cível, criminal e trabalhista’ e, a partir das 14h, está marcado o painel sobre ‘Os núcleos de poder e sua relação com o racismo na perspectiva de gênero feminina’.

O primeiro dia de Seminário será encerrado com uma conferência, a partir das 15h45, que vai tratar da ‘História das religiões de matriz africana e o exercício do direito constitucional da liberdade de crença e Estado Laico’ que contará com a apresentação da professora da PUC do Rio de Janeiro, Aza Njeri.

professora da PUC do Rio de Janeiro, Aza Njeri

Identidade de gênero, violência e cartilha LGBTQUIAPN+

Na sexta-feira (19), a partir das 8h30, Rita Von Hunty, persona drag do ator e professor Guilherme Terreri, fará uma conferência com o tema: ‘Conceitos fundamentais sobre identidade de gênero, sexualidade e o mundo do trabalho’.

Rita Von Hunty, persona drag do ator

A partir das 10h15 está marcado um painel que vai tratar da ‘Homossexualidade masculina e feminina, o acesso ao mercado de trabalho, aos núcleos de poder e o exercício dos direitos civis e políticos’. Ainda na programação, as “Políticas públicas para o público LGBTQUIAPN+’ será tema de outro debate, a partir das 14h. Em seguida, às 14h40, serão discutidos ‘Os mecanismos de tutela protetiva e punitiva no combate à homofobia e transfobia’.

deputada federal Erika Hilton

Às 16h30 acontece a conferência de encerramento do Seminário com a deputada federal Erika Hilton que vai tratar do ‘Racismo e a violência de gênero na política: causas e perspectivas de transformação’. Em seguida, haverá o lançamento da Cartilha LGBTQUIAPN+ da Anamatra e apresentações culturais.

Para o procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho no Rio Grande do Norte (MPT-RN), Gleydson Gadelha, o evento é favorável e saudável ao mundo do trabalho porque ele resgata a necessidade de diversidade.

“Todo o mundo do trabalho é baseado na ideia de diversidade e inclusão, e a realidade mostra que isso não é atendido no mundo real. Nós temos uma dívida com essas populações, com essas pessoas que não conseguem se representar no mundo do trabalho”, disse o procurador, acrescentando que “todas as pesquisas apontam que no mundo existe uma diversidade que não é representada no trabalho. Isso mostra uma divergência entre o que nós queremos como sociedade e o que nós temos na prática. A partir daí, quando você dá visibilidade à questão, você entra numa fase de qualificar as pessoas para lidar com isso. Pensamos em trazer um público também de gestores de Recursos Humanos para mostrar que esse problema existe, que deve ser tratado e como pode ser resolvido”, finalizou.

A desembargadora do TRT-RN e diretora da Escola Judicial, Maria do Perpétuo Socorro Wanderley de Castro, convida as pessoas a participarem dos debates do 1º Seminário de Raça e Diversidade.

“A expectativa para o evento é muito grande pelos nomes que são trazidos e que causam um impacto extremamente positivo. Por esse impacto, será possível criar um clima de compreensão sobre a diversidade que nos é tão necessário em pleno
século 21”, avaliou a magistrada.

Para Perpétuo Wanderley, “a importância desse evento é para abrir os olhos sobre a real diversidade que nos cerca. Fala-se sempre que o Brasil é um Brasil multicultural. Que o Brasil é o país da diversidade. Mas isso não pode ser limitado ao discurso.Tem que ir à conduta, tem que ir ao comportamento, tem ir ao olhar. Compreendo também que somente com as informações sobre esses momentos, esses aspectos que são diversos, é que é possível compreender e tratar com igualdade o diverso”.