Um estudo recentemente publicado mostrou que uma estratégia desenvolvida pelo Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) diminuiu em 84% a mortalidade de pacientes com febre amarela em estado grave. O método, que consiste em uma estratégia de troca de plasma, foi inicialmente experimentado durante o surto da doença nos anos de 2018 e 2019 e, com o recente crescimento do número de casos, a prevenção e tratamento da doença voltam à importância pública.
A febre amarela é uma infecção viral transmitida por diversas espécies de mosquito, o Aedes e o Haemogogus. Em seus casos mais graves, pode causar uma hepatite fulminante. Segundo o professor Vanderson Rocha, diretor do Serviço de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e um dos autores que assinaram o estudo, a doença “ataca os hepatócitos, as células do fígado, levando à morte desses pacientes na forma grave”.
Segundo o professor, o tratamento tradicional para esses casos requer tratamento de suporte, ou seja, o transplante de fígado e, por causa disso, a recuperação é complexa. “A gente sabe de toda dificuldade de transplante de órgão e é claro que encontrar o fígado numa situação de urgência é muito difícil também. Então era um tratamento de suporte para os problemas de coagulação, os problemas que isso pode causar”, explica Rocha.