Pesquisadores do Instituto de Química (IQ) da USP participaram de estudo que analisou a variabilidade genética da bactéria causadora do cancro cítrico, doença que ataca os tecidos vegetais de plantas cítricas. Por meio do sequenciamento de genomas de cepas encontradas em plantações de laranja no Estado de São Paulo investigou-se os efeitos do programa de erradicação da doença e como as linhagens bacterianas evoluíram ao longo do tempo na região.
O Estado de São Paulo é o principal produtor de laranja do País e do mundo, concentrando cerca de 78% da produção nacional. Apesar da última safra de laranja do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro ter atingido 307,22 milhões de caixas, as plantações ainda sofrem perdas na produção por conta das pragas agrícolas, como o greening e o cancro cítrico.
Identificada pela primeira vez no Estado paulista na década de 1950, a doença causada pela bactéria Xanthomonas citri subsp. citri (Xcc) estava submetida, entre 1999 e 2009, a um rígido programa de erradicação para evitar a sua propagação. Em 2017, uma lei aprovada no Estado passou a permitir pulverizações de cobre – um tipo de pesticida – em pomares infectados. “Qual foi a consequência disso sob o Estado de São Paulo? (…) Um jeito de caracterizar a pesquisa que fizemos foi obter um raio X da situação do cancro cítrico após o fim do programa de erradicação”, comenta João Carlos Setubal, professor no Departamento de Bioquímica do IQ e integrante da pesquisa.