Sem manchetes: o fim dos pacientes nos corredores do Walfredo Gurgel

Ah, a ironia do destino! Num estado que já teve advogados, engenheiros e até médicos ocupando a cadeira de governador, quem poderia prever que sob a gestão de uma professora, o caos crônico dos corredores abarrotados do Hospital Walfredo Gurgel se tornaria apenas uma lembrança? Uma triste lembrança. O que antes era um cenário digno de um filme de terror médico, com pacientes abandonados à própria sorte, agora se transformou em um exemplo de eficiência e dignidade. Sim, meus caros, os corredores estão vazios. Nos meus 20 anos de jornalista, fui repórter de TV, que no início da carreira estava semana sim e semana também na porta do Walfredo. Era assim que o pauteiro orientava: “Se essa matéria “cair” vai pra porta do Walfredo e faz o corredor lotado”.

Recentemente, o Ministério Público visitou o hospital e confirmou o que muitos achavam impossível: a transformação é real. Graças à implantação da barreira ortopédica no Hospital Alfredo Mesquita e ao inovador projeto “Lean nas Emergências”, os corredores outrora caóticos agora respiram aliviados. A parceria com o Ministério da Saúde e o Hospital Sírio Libanês funcionou como um antídoto contra a superlotação.

Mas, eis aqui um ponto curioso: onde está a imprensa local, outrora tão zelosa em escancarar o caos, agora que o problema foi resolvido? O silêncio ensurdecedor dos noticiários é, no mínimo, intrigante. Será que relatar o sucesso não rende tanto ibope quanto explorar o drama humano? Parece que as manchetes preferem o espetáculo do desastre à narrativa da redenção.

Enquanto isso, o governo de Fátima Bezerra merece aplausos por seu papel fundamental nessa mudança. Assim, a visita do MP e subsequente reconhecimento das melhorias validam o esforço hercúleo realizado. É um sopro de esperança para a população, que precisa saber que saúde pública e dignidade não são conceitos mutuamente exclusivos.

Enfim, a transformação do Walfredo Gurgel nos ensina que, sim, é possível gerir a saúde pública com competência e respeito. Que este feito sirva de inspiração para que a administração pública continue a buscar soluções eficazes e humanas. O desafio é constante, mas a recompensa — um sistema de saúde que trata seus cidadãos com a dignidade que merecem — é inestimável. Afinal, a verdadeira revolução é aquela que acontece de forma silenciosa, mas deixa marcas indeléveis na vida das pessoas.

Vamos entender que o silêncio da mídia faz parte da revolução de alguma forma.