As projeções iniciais do governo para o Orçamento de 2027 indicam falta de recursos para o pagamento dos investimentos mínimos em saúde e educação, que são compromissos constitucionais. A situação ocorre por conta dos limites do arcabouço fiscal e também do pagamento de precatórios. As previsões constam do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2026, cujos detalhes foram divulgados nesta quarta-feira.
No documento, o governo traz projeções para os próximos quatro anos. Em 2027, as despesas discricionárias (livres, como investimentos) somariam R$ 122,2 bilhões em 2027, mas R$ 56,5 bilhões são de reserva para o pagamento de emendas parlamentares. Sobrariam, então, R$ 65,7 bilhões. Só que, para cumprir os mínimos de investimento em saúde e educação, o governo teria de pagar R$ 76,6 bilhões. Ou seja, na verdade, de partida, já faltam R$ 10,9 bilhões para honrar com os compromissos constitucionais e com os parlamentares. Ainda não teriam verbas para pagar o custo de manutenção da máquina pública e investimentos.