Sebastião Salgado, um dos maiores fotógrafos do mundo, morre aos 81 anos em Paris

O renomado fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado faleceu aos 81 anos nesta quinta-feira (23), em Paris, onde residia com sua esposa e parceira de trabalho, Lélia Wanick Salgado. A causa da morte não foi divulgada até o momento.

Considerado um dos maiores nomes da fotografia documental do século XX e XXI, Salgado dedicou sua vida a registrar a condição humana e as transformações sociais e ambientais ao redor do mundo. Sua lente percorreu mais de 120 países, com trabalhos marcantes sobre refugiados, trabalhadores e comunidades indígenas, além de profundas incursões por paisagens naturais ameaçadas.

Economista de formação, Salgado deixou o Brasil nos anos 1960 durante a ditadura militar. Foi em Paris que descobriu a fotografia, paixão que logo se tornaria missão. Seus projetos de longo prazo, como Trabalhadores (1993), Êxodos (2000) e Gênesis (2013), são considerados obras-primas da fotografia contemporânea. Seu último grande trabalho, Amazônia (2021), foi um tributo à floresta e aos povos indígenas, fruto de sete anos de imersão na região.

Ao lado de Lélia, fundou o Instituto Terra, projeto de reflorestamento e educação ambiental que recuperou milhares de hectares de Mata Atlântica em Minas Gerais. O casal foi amplamente reconhecido por seu compromisso com causas sociais e ambientais.

Sebastião Salgado recebeu inúmeros prêmios ao longo da carreira, incluindo o Prêmio Príncipe das Astúrias, o World Press Photo e o título de embaixador da boa vontade da Unicef. Sua obra foi tema do documentário O Sal da Terra (2014), dirigido por Wim Wenders e por seu filho, Juliano Ribeiro Salgado.

A morte de Sebastião Salgado deixa um vazio no mundo da fotografia, da arte e da luta pelos direitos humanos e pela preservação do planeta. Seu olhar sensível e ético seguirá inspirando gerações.