A pandemia da covid-19 provocou até o momento a morte de 889 indígenas e a contaminação de 41.250 membros de 161 dos 305 povos originários que vivem no Brasil. A taxa de mortalidade entre a população indígena é de 991 por milhão, 16% superior à mortalidade geral no Brasil pela doença, hoje em 852 por milhão. O número de mortes de indígenas, atualizado até quarta-feira (09/12), é contabilizado pelo Comitê Nacional pela Vida e Memória Indígena, criado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). A entidade lançou ontem (10/12) um relatório sobre como a covid-19 vem afetando os povos originários.
“A pandemia teve um impacto devastador nos povos indígenas. Não são apenas vidas, são memórias, lideranças com um histórico de luta pelos direitos de seus povos e de sua existência”, afirma à DW Brasil Dinamam Tuxá, membro do povo Tuxá e da coordenação executiva da Apib. Além do vírus, ele afirma que os povos indígenas tiveram que enfrentar neste ano ações do governo federal prejudiciais às tribos, omissão de órgãos públicos na elaboração e execução de planos para conter a pandemia nas comunidades e uma alta de 9,5% do número de invasões às suas terras, se comparado a igual período do ano passado.