O uso de remédios sem comprovação científica contra a covid-19 – incentivado até por autoridades, como o presidente Jair Bolsonaro – preocupa especialistas, que veem risco de reações adversas, resistência bacteriana (com o surgimento de doenças como “supergonorreia”) e efeitos desconhecidos em longo prazo. Entre os mais buscados, estão a hidroxicloroquina, remédio para malária, os antiparasitários ivermectina e nitazoxanida e o antibiótico azitromicina.
Apesar do alerta de especialistas, o Ministério da Saúde lançou este mês o TrateCov, aplicativo que estimula médicos a prescreverem esses medicamentos e indica cloroquina e antibiótico até para bebês. O ministro Eduardo Pazuello, porém, nega que a pasta recomende esses remédios. Tontura, dor de cabeça, aumento da pressão arterial, taquicardia, alterações gastrointestinais estão entre os efeitos adversos de algumas dessas medicações. Embora tenham ocorrências raras quando usadas no tratamento das doenças para as quais são indicadas e no tempo adequado – que não costuma superar duas semanas no caso dos antiparasitários -, o cenário pode mudar quando usadas para funções não previstas na bula e sem indicação médica.
Fonte: Estadão