Menos de um ano desde a primeira onda da Covid-19, seis pessoas de duas famílias de imigrantes brasileiros voltaram a dormir no chão do aeroporto de Lisboa, como havia acontecido em abril e maio de 2020. Eles estão entre um grupo de aproximadamente 360 pessoas, reunidas em um grupo de WhatsApp, que têm passagens de volta ao Brasil compradas e pressionam o governo brasileiro para o fretamento de voos de repatriamento durante a proibição de viagens comerciais entre os dois países, que vigora desde 29 de janeiro e acaba de ser prorrogada até 1º de março.
A maior parte diz não ter condições de se manter em Portugal ou arcar com os custos extras de incluir uma conexão até o destino, alternativa para deixar o país recomendada pelo Consulado Geral do Brasil em Lisboa. As viagens foram suspensas devido ao agravamento da pandemia em Portugal depois das festas de Natal e ao temor da chegada de novas variantes do coronavírus encontradas no Brasil.
Por não haver previsão de voos de repatriamento ou indicação de que as companhias revejam a política de troca de passagens neste momento, cresce no grupo de WhatsApp “Volta à nossa pátria” a mobilização para uma pressão direta no aeroporto. Embarcar para o Brasil em voos com conexões em outros países é permitido, e quem pôde arcar com os custos extras, ou já tinha essa rota programada na passagem original, conseguiu deixar Portugal. Os voos humanitários estão previstos no decreto de estado de emergência do governo de Portugal, mas o Itamaraty não indicou até o momento nenhuma decolagem de Lisboa.
Fonte: O Globo