Depois dos ensaios clínicos que comprovaram a eficácia da vacina produzida pelas farmacêuticas Pfizer e BioNtech em voluntários, é hora do teste da vida real em grandes populações — e um artigo publicado ontem (24/2) na revista médica New England Journal of Medicine mostra que o imunizante passou bem na prova, “aplicada” em Israel, até o momento o país que mais aplica vacinas em proporção ao tamanho de sua população.
O trabalho científico, assinado por pesquisadores de Israel e dos Estados Unidos, acompanhou o quadro de saúde de 596.618 pessoas que foram vacinadas entre 20 de dezembro de 2020 e 1º de fevereiro de 2021 no país do Oriente Médio. Depois, esses dados foram comparados com os de outras 596.618 pessoas que ainda não tinham sido vacinadas no período e que tinham características demográficas e clínicas semelhantes às de seus “pares” no primeiro grupo.
A partir de números de novas infecções e mortes por covid-19 em cada um dos dois grupos —as quais se mostraram sempre maiores no grupo não vacinado, em todos os quesitos —, os pesquisadores estimaram então a eficácia da vacina, ou seja, o quanto mais protegidas estão as pessoas imunizadas na comparação com as não imunizadas.
Foram considerados cinco indicadores: infecção por covid-19 confirmada por teste PCR; covid-19 com sintomas; hospitalização; quadro grave de covid-19; e morte pela doença. Também foram apresentados dados para três períodos: de 14 a 20 dias após a primeira dose da vacina; de 21-27 dias após a primeira dose da vacina; e de 7 dias ou mais após a segunda dose da vacina. De 14 a 20 dias após a primeira dose, a eficácia foi de 46% na prevenção de infecções; de 57% contra adoecimento com sintomas; de 74% contra hospitalizações; e 62% contra quadros graves da doença.
Fonte: BBC Brasil