O ano de 2020 foi o mais quente já registrado na Europa, revelou um relatório divulgado nesta quinta-feira (22/04) pelo Serviço Europeu de Mudanças Climáticas Copérnico. Em algumas partes do Ártico siberiano, que sofreu com incêndios florestais extremos, as temperaturas ficaram 6 °C acima da média. O estudo mostrou que as temperaturas na Europa continuam numa trajetória de aquecimento, e que, na escala global, 2020 é um dos três anos mais quentes desde o início dos registros em 1981. Esse recorde tem sido quebrado consecutivamente nos últimos seis anos. A temperatura média registrada na Europa em 2020 foi a mais alta do período de referência, entre 1981 a 2020, e ficou 0,4 °C acima dos cinco anos mais quentes registrados anteriormente, todos ocorridos na última década. Já no inverno, a temperatura registrada ficou 3,4 °C acima da média.
Foi também o outono mais quente registrado, enquanto as ondas de calor no verão não foram tão intensas ou prolongadas como nos últimos anos, apesar de recordes de temperatura em algumas regiões da França e Escandinávia. Segundo Freja Vamborg, uma das cientistas responsáveis pela pesquisa, o relatório não se centrou apenas nos valores meteorológicos, mas utilizou todas as capacidades de monitoramento, tais como os dados de satélites. Ela alertou para a situação no nordeste da Europa, que viveu um 2020 “particularmente quente”, com invernos até 9 °C acima da média habitual, um aumento que teve consequências em áreas próximas do Mar Báltico, onde quase não nevou.