Voltamos a patamares assustadores da doença. Faltam leitos, insumos e o negacionismo inicial do Governo Federal nos condenou a nunca praticarmos de fato um “LockDown”, a negarmos o uso da máscara e a compra de vacinas. Estamos vendo amigos, parentes e muita gente morrendo por causa de uma doença que já tem vacina desde dezembro do ano passado. Em contrapartida, sobram novas variantes do vírus circulando a cada nova onda sem controle e surgem novas “variantes” institucionais do descontrole.
Num primeiro momento, o Governo Federal e os governadores não se entendiam quanto às medidas preventivas. Depois governadores e prefeitura. Aqui no nosso estado, a luta travada pela governadora Fátima Bezerra que entendeu a gravidade da doença e freou por um momento a contaminação com decretos mais rígidos foi deliberadamente negada pelo prefeito e médico Álvaro Dias, que defendeu remédios sem comprovação científica do chamado kit covid (ivermectina, Cloroquina e Azitromicina) distribuído em postos. Pela pressão social, Fátima foi vencida. Manteve o mesmo decreto até 09 de junho mesmo sabendo que não temos leitos e a situação está sem controle. Agora o governo do estado busca agir através de decretos regionais porque em Natal e na grande Natal vidas valem muito pouco. Vidas são relativizadas diante de um contexto politiqueiro e nada respaldado pelas evidências científicas.
Ainda tem os vereadores que bagunçam a lista do que é serviço essencial no contexto de uma pandemia para adequar seus interesses. Bares lotados. Deve ser por que álcool combate o vírus, né?
Não bastasse todo esse descompasso, o Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), num mesmo dia, protagonizou sua maior contradição: pediu a retomada imediata das aulas presenciais na rede pública de ensino e logo depois apontou junto com o MPT e MPF a necessidade de aumento das medidas de restrição social para conter o avanço da covid-19 no RN.
Assim não dá. O vírus é mais inteligente que todos nós ou somos muito burros? Começo a achar que somos nós o problema. Agora é cada um por si e salve-se quem puder. Estamos vivendo o caos. Sem luz no fim do túnel. Entregues a pandemia e a própria sorte. Que Deus tenha misericórdia!