O ex-presidente Lula declarou em entrevista ao jornal Tribuna do Norte, na quinta-feira (17), sobre a possível participação em atos contra o governo Bolsonaro. Leia trecho:
“Tenho uma preocupação que é a seguinte: não quero transformar um ato da sociedade brasileira num ato político-eleitoral. Estou meditando profundamente se a minha participação não pode ser explorada por setores dos meios de comunicação no Brasil, de que ‘o Lula manipulou o ato’, de que “o Lula foi no ato’, de que o ato virou ‘uma peça de campanha do Lula’. Eu não tenho o direito de fazer isso com a sociedade brasileira. Mas está se falando com o cidadão que mais participa de manifestação pública no país. Eu nunca me preocupei se o ato vai ter mil ou dez mil pessoas. A sociedade está convocando um ato para protestar contra o desgoverno, contra o genocídio, para pedir que o Brasil vacine todo mundo, para protestar por um auxilio emergencial mais alto, protestar contra a falta de investimentos em infraestrutura. A sociedade é que está convocando. Não é o partido que está convocando. Não é campanha que está convocando. Eu viajo para fazer reuniões com dez pessoas, isso não me preocupa. A sociedade começou a andar, e de forma responsável. A sociedade tem que participar das manifestações usando máscaras. Estou muito tranqüilo. Tenho muita responsabilidade, sei do que é que o país está precisando. Sei do conforto que posso trazer para esse país do ponto de vista da esperança, não vou ficar fazendo manifestação apenas invasiva. Quero que a sociedade se manifeste e, sinceramente, que a sociedade faça a manifestação em muitas cidades do Brasil. São 400 cidades e é uma coisa muito boa, porque significa que o povo brasileiro está acordando, se levantando, começando a brigar pela conquista do seu direito e pela reconstrução do país.”