Taxar fortunas reduz desigualdade, mas ricos deixarão o Brasil, diz empresário Flávio Rocha

O empresário Flávio Rocha, dono da Riachuelo, disse que um imposto sobre grandes fortunas poderia reduzir a desigualdade social, mas por uma “via não inteligente”. Para ele, a experiência seria um incentivo para pessoas ricas deixarem o Brasil. Rocha citou a França, que há cerca de uma década adotou a medida e teve pessoas ricas se mudando para a vizinha Bélgica. Foi o caso do ator francês Gérard Depardieu, que posteriormente se tornou cidadão russo para pagar ainda menos impostos. Outro que também fez a mesma trajetória foi Bernard Arnault, do grupo de luxo LVMH, que fixou seu domicílio fiscal fora da França.

Em entrevista à Folha de S.Paulo publicada na edição de sábado (17) do jornal, Flávio Rocha respondeu assim sobre se “tributar grandes fortunas não funcionaria no Brasil”:

“O exemplo desastroso do François Hollande [ex-presidente da França] mostrou uma coisa que é cruel, mas é a dura realidade. É a mobilidade das fortunas. É o maior exportador de fortunas. O potencial de arrecadação é pífio. Acelera o êxodo. Na França, todo mundo mudou para a Bélgica, para a Inglaterra. E o mundo está cada vez mais digital. Você pode exercer a mesma função remotamente. As pessoas estão com mais mobilidade.”