O presidente Jair Bolsonaro criticou nesta quinta-feira (29/7) a nota divulgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na quarta-feira (28) que destaca que a Corte não excluiu o mandatário da tomada de ações para combater a pandemia da covid-19. O mandatário a caracterizou de “fake news” e tem repetido que seus poderes foram tolhidos durante a pandemia da covid-19.
“Vou rebater logo mais a nota do STF dizendo que não tirou poderes meus. Isso é fake news. Uma decisão, acho que é de março ou de abril, o Supremo decidiu que as medidas restritivas impostas por governadores e prefeitos não poderiam ser modificadas por mim. Então, o Supremo, na verdade, cometeu um crime ao dizer que prefeitos e governadores, de forma indiscriminada, poderiam simplesmente suprimir todo e qualquer direito previsto no inciso 5º da Constituição. Inclusive o ir e vir, mais que estado de sítio. Estado de sítio, se decretado, só entra em vigor depois que o Congresso aprova e, se tiver problema, eu respondo. Prefeito não responde por ter prendido mulher na praia, ter algemado pessoas em praça pública, por ter decretado toque de recolher, ou ter obrigado o cara a ficar em casa. O cara que não tinha nada, tinha um chuchu na geladeira. Não tinha o que comer porque uma parte considerável, quase 49 milhões de pessoas viviam da informalidade”, alegou durante conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.
Bolsonaro voltou a afirmar que “não adiantava tomar providência” porque prefeitos e governadores tinham mais poder do que ele. “Fecharam templos religiosos. Fizeram barbaridade. Acobertado, acobertado não, mas autorizado pelo STF. E veio o Supremo ontem no seu canal oficial falar de fake news. Eu não fechei um botequim no Brasil porque não adiantava tomar providência, porque prefeitos e governadores tinham mais poder do que eu. E o que alguns fizeram no passado não foi lutar para salvar vidas, não. Foi luta por poder. Tentaram nos derrubar pela economia”, continuou.
O chefe do Executivo prometeu ainda divulgar uma nota sobre o assunto e disse que “está por cima”. Ele também se confundiu ao citar a frase escrita pelo STF.