O presidente dos EUA, Joe Biden, defendeu com firmeza nesta segunda-feira sua decisão de retirar o país do Afeganistão, atribuindo aos líderes afegãos o colapso do país —“muito mais rápido do que o esperado”, admitiu— pela falta de vontade política para unir forças contra os talibãs. Nem mesmo um vislumbre de autocrítica em uma fala esperada pelo vertiginoso ritmo dos acontecimentos em Cabul; somente a justificativa da retirada com argumentos já conhecidos. “Os soldados americanos não poderiam e não deveriam continuar lutando e morrendo em uma guerra que os afegãos não estão dispostos a lutar”, disse, após se referir “à rendição” e à fuga das autoridades afegãs, lideradas pelo presidente Ashraf Ghani após a tomada da capital pelos mujahideen, no domingo.
Como haviam reiterado representantes de seu Governo durante o fim de semana, os objetivos da presença dos EUA no Afeganistão foram cumpridos: deter a Al Qaeda e capturar Osama bin Laden. “Mas a ameaça terrorista ultrapassou amplamente o Afeganistão e chegou a outros países”, entre os quais citou a Somália (Al Shabab), o Iraque e a Síria sob o Estado Islâmico. “O objetivo da mobilização nunca foi construir uma nação democrática; somente lutar contra o terrorismo”, um argumento, lembrou Biden, que defende desde os seus tempos como vice-presidente de Barack Obama.
Fonte: El País