Após mais de um ano com apresentações virtuais, a Orquestra Sinfônica do Rio Grande do Norte – OSRN voltou para perto do público neste domingo (26) em concerto realizado no anfiteatro do Espaço Cultural João Paulo II – Papódromo. É o primeiro evento em dez anos no espaço recém reformado pelo Governo do RN, por meio do Governo Cidadão. No fim da tarde, antes que as primeiras notas soassem, a governadora Fátima Bezerra abriu o evento, realizado pela Fundação José Augusto.
“Hoje, 30 anos após a construção desse equipamento – que foi considerado um ‘elefante branco’, ocioso, estamos aqui para uma espécie de reinauguração. Momento de muita felicidade, porque marca também a volta das apresentações presenciais”, disse, ao lado do vice-governador, Antenor Roberto, ao destacar que trata-se também da nova casa dos músicos.
O equipamento agora abriga também a sala de ensaios da orquestra, além de palco, camarim, camarote, arquibancadas, banheiros e estacionamento para 150 carros.
“Um gesto de reconhecimento pela dedicação e contribuição do ponto de vista cultural da orquestra para o RN. Essa casa é de vocês, para que tenham aqui um ambiente acolhedor, digno”, declarou a governadora, ao anunciar a proximidade da entrega de outra importante obra para a Cultura e o Turismo do estado, o Forte dos Reis Magos.
A volta da Orquestra Sinfônica acontece através do projeto Movimento Sinfônico, de forma gratuita, mas de maneira controlada e restrita (soft opening), com os protocolos de segurança exigidos em decreto estadual Nº 30.911, de 16 de setembro, com uso obrigatório de máscara e comprovante de vacinação.
O maestro Linus Lerner quebrou a tradição de falar somente após a primeira música e agradeceu à governadora e a todos que contribuíram para que o espaço ficasse pronto.
A canção de abertura, “La Forza del Destino”, de Giuseppe Verdi, é propícia ao momento atual, segundo o maestro. “Porque talvez por força do destino por sorte ou por razões que nem conhecemos estamos vivos aqui no meio ou no fim de uma pandemia”, lembrou, destacando que em 2021 a obra completa 160 anos.
Também foram executadas a “Sinfonia do Novo Mundo”, de Antonín Dvorák; George Bizet, com a ópera Carmem Suite 1 & 2 (1875); Jules Massenet, em Meditação de Thais (1894), executada pelo spalla e solista da OSRN, André Kolodiuk; Batuque (1891), de Alberto Nepomuceno; West Side Story Selections (1957), de Leonard Bernstein, inspirada na obra de Romeu e Julieta; Dança Eslava (1878), de Antonín Dvorák; e a bossa nova Garota de Ipanema (1962), composta por Antônio Carlos Jobim e letrada por Vinícius de Moraes.
O projeto Movimento Sinfônico teve patrocínio via incentivo fiscal da Cosern e Instituto Neoenergia, mediante Lei Câmara Cascudo do Governo do Estado do RN, da Unimed Natal, Hospital do Coração e Prefeitura do Natal, por meio da Lei Djalma Maranhão.
Estrutura
O Espaço Cultural João Paulo II – Papódromo foi reformado por meio do Governo Cidadão, com investimento de R$ 11 milhões.
Depois de trinta anos após sua construção, motivada pela visita do Papa João Paulo II, em 1991, o espaço foi reformado e ampliado, com capacidade para receber mais de 1,5 mil pessoas na plateia.
Os setores internos têm refrigeração central e total acessibilidade, com rampas, elevador e uma sala para ensaios da Orquestra Sinfônica do RN.
De acordo com o diretor administrativo da OSRN, Luiz Antônio Paiva, o momento é um grande ápice para a história do grupo.
“A nossa casa era o TAM, mas não comporta essa divisão onde cada músico tem que estar separado por causa da pandemia, com a divisão de acrílico para os instrumentos de sopro. Ganhamos amplitude e é esse espaço maravilhoso com fosso onde podemos fazer ópera.”
O espaço multiuso, além receber eventos, conta com o Restaurante Popular, que se mantém no prédio, e a Escola da Polícia Penitenciária no segundo pavimento, com salas de aula, de professores, de atendimento psicossocial, laboratório de informática, diretoria, triagem, dormitórios e banheiros.
O diretor geral da Fundação José Augusto, Crispiniano Neto, lembra que o atual governo recebeu os equipamentos culturais “em frangalhos”. O serviço do Papódromo estava apenas 1% executado e o Teatro Alberto Maranhão 5%, devendo ser entregue até dezembro deste ano.
“A obra do Papódromo foi entregue há dois meses, mas ainda tinha o problema da pandemia. Hoje o governo está fazendo a entrega ao povo. Voltamos a um tempo em que as pessoas podem ir aos espetáculos, mesmo tendo que se observar todas as questões pertinentes à prevenção da covid-19. A partir de agora vamos ter atividades permanentemente”, declarou o gestor estadual da Cultura, presente no evento que também contou ainda com o secretário de Gestão de Projetos e Metas, Fernando Mineiro, coordenador do Governo Cidadão; o secretário de Infraestrutura, Gustavo Coelho; e a secretária adjunta de Educação, Márcia Gurgel.