Estudos do Reino Unido sugerem que ômicron causa menos hospitalizações

Dois estudos do Reino Unido sugerem que as infecções com a variante ômicron da covid-19 têm menos probabilidade de resultar em hospitalização, comparadas com a variante delta. Os resultados preliminares, publicados nesta quarta-fera (22/12), confirmam a tendência observada anteriormente na África do Sul, onde a ômicron foi registrada pela primeira vez.

No entanto, especialistas alertam contra o excesso de otimismo, devido ao alto índice de infecções. Qualquer vantagem teórica nos resultados ainda pode ser revertida pelo caráter altamente infeccioso da nova cepa, que se dissemina muito mais rápido do que a delta. O número absoluto de infecções ainda pode sobrecarregar hospitais.

Risco de hospitalização menor
Em um estudo na Escócia conduzido por cientistas da Universidade de Edimburgo, foram examinados os casos de covid-19 registrados em novembro e dezembro. Os pesquisadores compararam as infecções da variante ômicron com as da variante delta. O estudo descobriu que o risco de hospitalização da ômicron era dois terços menor do que o da variante delta.

O número de casos examinados foi baixo, no entanto, e nenhum paciente com menos de 60 anos foi hospitalizado por covid-19 durante o período examinado. Mas os autores do estudo afirmaram que compensaram essas limitações com a ajuda de métodos estatísticos.

Menos tempo no hospital
Outro estudo, na Inglaterra, registrou uma diminuição de entre 20% e 25% no tempo de permanência hospitalar entre pacientes com ômicron em comparação a casos da delta.

O número de internações nos quais os pacientes permaneceram no hospital por pelo menos uma noite caiu de 40% a 45%. A análise incluiu todos os casos de covid-19 confirmados por testes PCR na Inglaterra na primeira quinzena de dezembro em que a variante foi identificada: 56 mil casos de ômicron e 269 mil casos de delta.

“O risco reduzido de hospitalização com a variante ômicron é reconfortante, mas o risco de infecção continua extremamente alto”, avisa a pesquisadora Azra Ghani, do Imperial College London, que participou do estudo inglês.