O escritor e influenciador Olavo de Carvalho morreu aos 74 anos. De acordo com a nota divulgada pela família, o escritor morreu na noite de 24 de janeiro. A causa da morte não foi divulgada. Ainda segundo a nota, Olavo de Carvalho estava em um hospital de Richmond, no estado da Virgínia, nos Estados Unidos. Olavo foi diagnosticado com covid-19 há dez dias e estava internado. No Twitter, o presidente Jair Bolsonaro (PL) lamentou. “Nos deixa hoje um dos maiores pensadores da história do nosso país. Olavo foi um gigante na luta pela liberdade e um farol para milhões de brasileiros”, escreveu.
Nascido em Campinas, no interior de São Paulo, Olavo Luiz Pimentel de Carvalho se intitulava professor de filosofia e ficou conhecido por vídeos e livros que apoiam o conservadorismo político e que recusam o discurso politicamente correto.
Após atuar como astrólogo e disputar o comando de uma comunidade mística de orientação islâmica nos anos 1970 e 80, Carvalho se autodeclarou filósofo e passou a escrever artigos, cada vez mais voltados à extrema-direita, em jornais. Em 2005, já cercado por oficiais de Justiça, radicou-se nos EUA de onde começou a ministrar cursos on-line, ampliando sua base de seguidores. Seu discurso de permanente guerra contra algo que chamava “marxismo cultural” se encaixou como luva no bolsonarismo, e ele era elogiado pelo presidente e por seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Sua influência no início do governo era tanta que indicou dois ministros da Educação, Ricardo Vélez e Abraham Weintraub, além do ex-chanceler Ernesto Araújo.
De temperamento beligerante, o escritor logo entrou em conflito com os militares e viu seus pupilos serem alijados do poder um por um. O último que ainda trabalha no Planalto, Filipe Martins, perdeu qualquer influência. Alternava entre afagos e ataques a Bolsonaro, especialmente após a entrada do Centrão no governo. Também criava polêmicas com celebridades, o que lhe custou condenações na Justiça. Com a pandemia, tornou-se prolífico difusor de notícias falsas sobre a covid-19 e militante antivacina.