Estudo confirma “parentes” do Sars-CoV-2 em pangolins vendidos no Vietnã

Ao estudarem pangolins confiscados do comércio ilegal de animais no Vietnã, especialistas identificaram neles a presença de coronavírus “parentes” do Sars-CoV-2. A detecção foi registrada em estudo publicado no último dia 9 de março no periódico científico Frontiers in Public Health. Até então, somente pangolins capturados na China, no comércio ilegal das províncias de Yunnan e Guangxi, haviam testado positivo para vírus do tipo Sars, o mesmo do causador da Covid-19. As amostras dos mamíferos no Vietnã têm similaridades com as coletas chinesas.

Uma equipe liderada por cientistas da Wildlife Conservation Society (WCS) testaram um total de 246 pangolins no Vietnã, entre 2016 e 2018. As coletas de sete deles, todas provenientes de 2018, deram positivo para um coronavírus do tipo Sars. Segundo os autores da pesquisa, as descobertas evidenciam que o comércio de animais selvagens pode facilitar a transmissão do coronavírus e de outros vírus. A prevenção de pandemias deve se concentrar em monitorar o salto desses agentes infecciosos para os humanos.

“A eliminação do comércio de pangolins e outros mamíferos e aves selvagens eliminará esse caminho de alto risco para o transbordamento viral e o surgimento de patógenos”, avalia Nguyen Thi Thanh Nga, principal autora da pesquisa, em comunicado. Além de analisarem as coletas dos pangolins, os pesquisadores consideraram relatos midiáticos de casos de tráfico desses animais no país asiático entre 2016 e 2020, identificando também atividade ilegal envolvendo primatas, répteis e aves.

Desde 2017, todas as oito espécies de pangolins são protegidas pela Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies Silvestres Ameaçadas de Extinção (CITES), que proíbe sua venda no comércio internacional. Quatro dessas espécies estão na Ásia, incluindo o pangolim-malaio (Manis javanica) e o pangolim-chinês (Manis pentadactyla), ambos ameaçados de extinção.

Fonte: Revista Galileu