Passado o 2 de abril, os candidatos correm com as articulações. Mas o tempo não é o mesmo para todos. A pré-campanha coroou o então ministro Rogério Marinho (PL) sobre o também ministro Fábio Faria (PSD) como o candidato ao senado de Bolsonaro (PL) no RN. Mas a benção veio acompanhada de uma maldição: encontrar um candidato ao governo do RN contra Fátima Bezerra do PT e formar um palanque para Bolsonaro no Estado. Tarefa fácil? Longe disso. Afinal, vai para a reeleição sem opositores fortes e com histórico de representar a oposição ao próprio Bolsonaro até pelo fato de ser mulher, além de única governadora eleita e do PT quando o Bolsonarismo era forte. Agora o cenário é outro. Temos de novo a polarização posta entre bolsonaristas e petistas, porém todas as pesquisas mostram que o PT está mais forte. Logo, se Fátima venceu num cenário tão adverso, imagina agora tendo o candidato petista, Lula, como favorito.
E se a conjuntura nacional contribui, o que diremos dos movimentos políticos locais? Qualquer pessoa mais atenta e despida de paixões partidárias enxerga claramente que Fátima buscou para seu candidato ao senado o nome de Carlos Eduardo Alves (PDT), num movimento que não agrega votos à reeleição dela. Mas também não atrapalha. Uma vez que Carlos Eduardo poderia ser um nome competitivo contra Fátima. Por isso, e aparentemente, podemos observar que a governadora se antecipou e fechou seu palanque com o nome para candidato a senador e até um vice. Já conta com apoio de seis legendas – PT, PC do B, PSB, PSD, PROS e Republicanos. Tem ainda o MDB que deve anunciar Walter Alves como vice de Fátima. E o PSDB de Ezequiel que, mesmo apoiando Rogério Marinho, vai seguir sem candidato ao governo e suas bases liberadas para votar em Fátima.
Rogério tenta a todo custo e dedica sua retórica para tentar reunir União Brasil, PL, PP, PSC, PTB, Patriotas e Solidariedade e buscar um nome que possa agradar o grupo e só para completar a tabela evitando perder por W.O. Quem será o sacrificado, Brenno Queiroga ou Fábio Dantas? Ou vão tentar inventar mais algum nome como o de Ezequiel que foi candidato ao governo sem nunca ter sido ou de Carla Dickson (PROS) que não aceitou o convite “suicida” de Bolsonaro? Rogério Marinho segue em desespero buscando um candidato à Governo pra chamar de seu antes que todo mundo debande pra cuidar da sua própria candidatura. Parece o mais lógico a fazer diante da falta de palanque pra Rogério e Bolsonaro.