Orelhas podem indicar que algo não vai bem com a sua saúde

Os adereços nas orelhas acompanham a história da humanidade. No entanto, o uso de brincos, alargadores e piercings de diferentes materiais —e em partes do corpo diversas— aumentam, consideravelmente, os riscos de reações alérgicas, infecções, cicatrizes e, até, a necessidade de cirurgias corretivas. Além dos problemas pelo mau uso dos acessórios, as orelhas sinalizam que a saúde não anda bem, como o excesso de ácido úrico. Pela alta exposição às radiações solares, o risco de tumores é maior, por isso, é importante acompanhar o surgimento de manchas, nódulos ou alterações na pele.

“Algumas partes são mais sensíveis e chegam a gerar dor persistente, outras são mais propensas a terem cicatrizes inestéticas, como a região posterior. A área com cartilagem é mais sensível e é possível que tenha inflamações crônicas. O lóbulo, área sem cartilagem, é o local mais convencional de se colocar brincos, sendo menos propensa a complicações, embora possa infeccionar e apresentar alergias e queloides”, esclarece Suzy Vieira, cirurgiã plástica.

Os sinais observados no local quando algo não vai bem são coceira, inflamação, vermelhidão, inchaço e secreção purulenta. “As infecções começam com um quadro de alergia ao material ou falta de assepsia no momento da colocação do adorno”, explica Marco Túlio, dermatologista do HUWC (Hospital Universitário Walter Cantídio) da UFC (Universidade Federal do Ceará), sob gestão da Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares).

Os riscos vão de infecções mais superficiais até mais graves, como hepatites e HIV, se as perfurações não seguirem os padrões de esterilização e assepsia. O tratamento da infecção devido à colocação inadequada de piercings e alargadores é feito com antibióticos.

Os casos mais severos infecciosos levam a comprometimento importante da orelha, com risco de surgimento de queloides e cicatrizes.

No pós-procedimento, é preciso manter uma higiene rigorosa, observar reações, como vermelhidão, aumento de temperatura e saída de secreção, e procurar ajuda médica em caso de alterações evidentes.