“Temos medo de mais mortes, os yanomami estão desaparecendo”

Uma semana após divulgar um vídeo denunciando o desaparecimento de uma mulher, de uma criança de 3 anos e a morte de uma adolescente de 12 anos vítima de estupro em consequência da ação de garimpeiros na Terra Indígena (TI) Yanomami, Júnior Hekurari Yanomami, presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Yek’wana (Condisi-YY), ainda tenta entender os detalhes da tragédia.

Os casos foram relatados por indígenas da comunidade Aracaçá, localizada numa área em Roraima que viu o número de invasores explodir nos últimos anos, segundo a Hutukara Fundação Yanomami.

Após a denúncia, representantes da Polícia Federal, Ministério Público Federal, Fundação Nacional do Índio (Funai) e Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) visitaram o local e avistaram a comunidade em chamas.

As versões dos participantes da missão especial, no entanto, são divergentes. Enquanto o Ministério Público afirmou, por meio de nota, que “não foram encontrados indícios materiais da prática dos crimes de homicídio e estupro ou de óbito por afogamento”, o Condisi diz o contrário. A denúncia suscitou uma onda de comoção na internet com a campanha “Cadê os Yanomami”.