No ano de 2022, o custo da cesta básica apresentou alta em todas as cidades brasileiras. A variação em Natal no primeiro semestre deste ano foi de 15,53%. Hoje, o valor do conjunto de alimentos básicos corresponde a mais de 50% do valor do salário mínimo líquido deste ano. Os dados são da pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) que realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. Entre maio e junho, as maiores altas ocorreram no Nordeste. A variação mensal da capital potiguar foi de 4,33%, sendo, também, a segunda mais alta.
Além de Natal, outras capitais nordestinas apresentaram altas semelhantes, sendo elas, Aracaju (15,03%), Recife (15,02%) e João Pessoa (14,86%). A comparação do valor da cesta entre junho de 2022 e junho de 2021 mostrou que todas as capitais tiveram alta de preço, de acordo com a pesquisa. O Dieese estima que o valor do salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 6.527,67. Hoje, o salário mínimo brasileiro é de R$ 1.212,00.
Atualmente, quem recebe um salário mínimo precisa trabalhar cerca de 111h para adquirir produtos simples que deveriam compor a mesa de todos os cidadãos. Só em São Paulo, o tempo de trabalho é ainda maior, sendo 141h. Na capital paulista, é preciso comprometer 69,31% do salário mínimo de um trabalhador, o valor de R$ 777,01, suficiente para alimentar um adulto por cerca de um mês. A quantia continua alta, mesmo apresentando queda em comparação com junho de 2021.
Entre os produtos com maior aumento estão, leite integral, manteiga e feijão carioquinha com registro de aumento em todas cidades onde a pesquisa foi realizada. Em 12 meses, todas as capitais apresentaram altas de preço nos três produtos. Já o quilo do pão francês apresentou aumento de 3,21% em Natal. Café e farinha de trigo também apresentaram aumentos nas demais capitais. O único produto em queda de preço é a batata. Para esse produto, a variação de preço trouxe maior oferta em razão da intensificação da colheita da safra de inverno.
Fonte: Tribuna do Norte