Garantir segurança hídrica, inclusão produtiva e empoderamento feminino. É com este objetivo que o Governo do Estado, através da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Rural e da Agricultura Familiar (Sedraf), a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), e o Sistema FIERN (Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte), por meio do SENAI, fizeram a assinatura de uma Carta de Intenções com a AES Brasil na quinta-feira (01). O documento prevê a implantação de projetos em áreas onde a empresa de ativos de energia elétrica renovável atua no Estado.
“Estamos aqui celebrando a assinatura de dois acordos muito importantes. O acordo do investimento social e o nosso apoio também na formação de mulheres junto com a FIERN e o SENAI, para formar mulheres para a primeira fase do nosso parque eólico que já está sendo construído”, afirmou a presidenta da AES Brasil, Clarissa Sadock.
O Projeto de Segurança Hídrica e Inclusão Produtiva prevê investimentos de até R$ 7,3 milhões pela AES Brasil, para perfuração e revitalização de poços, construção e revitalização de cisternas, bem como assessoria técnica rural e fortalecimento do empreendedorismo, com foco no desenvolvimento social das mais de 1.400 famílias que vivem no entorno do Complexo Eólico Cajuína. Segundo Sadock, a empresa pretende investir por mais 30 anos na região. O Complexo Eólico Cajuína, na sua primeira fase, tem capacidade 695,0 MW com potencial de ser mais que o dobro.
Já a Capacitação em Especialização Técnica em Manutenção e Operação de Parques Eólicos está voltada para a especialização técnica de mulheres, em parceria com o SENAI-RN, nos municípios de Pedro Avelino, Lajes, Fernando Pedroza e Angicos. “A gente se preocupa muito com a diversidade, e nada melhor que as oportunidades de novas posições do crescimento da companhia pra trazer esse aumento do número de mulheres a operar nossos empreendimentos”, ressaltou Sadock.
Para o secretário da Sedraf, Alexandre Lima, o processo de escuta e envolvimento de todos os atores envolvidos no processo para elaboração de projetos que busquem novas fontes de energias, mais limpas, é essencial para garantir também dignidade às populações que serão, de alguma forma, impactadas com a chegada dos parques eólicos e solares.
“Temos aqui empresa, universidade, governo, dando uma demonstração muito clara de que a gente pode realmente fazer junto e fazer melhor, porque uma das coisas fundamentais chama envolvimento. E esse movimento de transparência é a chave para fazer as políticas públicas e mudar a vida das pessoas”, ressaltou o gestor.
Da mesma forma, o reitor da UFRN, José Daniel Diniz, falou da importância de se ouvir a universidade e ver a comunidade para poder elaborar e apresentar a proposta dos projetos. “A universidade, que já é parceira do Governo do Estado e da Federação das Indústrias, tem como missão apoiar o nosso estado, nosso município, apoiar a sociedade. Neste sentido, estamos dispostos a contribuir. Esperamos que essas ações sejam o início de um processo e que a gente tenha muito mais ações nesse sentido para trazer aquilo que é importante para a população”, garantiu.
O presidente da FIERN, Amaro Sales, reconheceu o papel do Governo do Estado na busca por novos investimentos em energias renováveis e do IDEMA, como órgão fiscalizador e licenciador, na busca em agilizar o processo de licenciamento. “Nossa instituição, como defensora do desenvolvimento do Estado, reconhece o papel do Governo na busca de tirar os entraves do caminho para o desenvolvimento sustentável. É um momento diferente para o RN”, ressaltou.
O RN é o maior produtor de energia eólica do Brasil, com 6,6 Gigawatts de potência instalada. O Estado tem potencial offshore (no mar) para produzir 140 GW, o equivalente a 10 usinas de Itaipu (segunda maior hidrelétrica do mundo).
Sobre o Complexo Eólico Cajuína
A construção dos primeiros 695,0 MW do Complexo Eólico Cajuína está em fase adiantada, com entrada em operação prevista para 2023. A primeira fase do Complexo, com 324,5 MW divididos em 55 aerogeradores, já está 19% concluída. A segunda fase, com 370,5 MW de capacidade instalada, já apresenta relevante avanço das obras civis, sendo 14% concluídas. O Complexo poderá chegar a uma capacidade instalada total de 1,6GW.