Um órgão de autorregulação do setor de comunicações da Suíça, onde a Fifa é sediada, abriu um procedimento para investigar se houve propaganda enganosa da entidade máxima do futebol ao afirmar que a Copa do Mundo do Catar foi neutra em carbono. Diversas entidades de defesa do meio ambiente apresentaram uma reclamação à Swiss Fairness Commission na qual acusam a Fifa de usar métodos de lavagem verde, ou greenwashing, para vender uma imagem sustentável da Copa do Mundo do Catar sem comprovação.
A lavagem verde ocorre quando empresas ou organizações apresentam ao público um discurso de sustentabilidade, em busca de ganhos de imagem, que não se sustenta em fatos e ações concretas. “Podemos confirmar que esse caso está sendo analisado por nós”, disse o secretário jurídico do órgão, Reto Inglin, ao jornal Blick neste domingo (25/12). A comissão emite recomendações, mas não tem poder para impor seu cumprimento.
Organizações alemãs de proteção ao consumidor já haviam advertido a Fifa, antes do início da Copa do Mundo, sobre a prática de lavagem verde e exigiram a retirada de publicidade “enganosa”. O órgão suíço também recebeu reclamações do Reino Unido, França e Bélgica. A Fifa promoveu a Copa do Mundo no Catar como o primeiro “torneio completamente neutro do ponto de vista climático”.
Entretanto, apurações feitas por vários veículos de comunicação, pesquisadores climáticos e ambientalistas concluíram que essa alegação da Fifa era falsa, o que a entidade máxima do futebol rejeita.