As crises enfrentadas nos últimos anos impactaram nas movimentações financeiras da maior parte sociedade, tendo reflexo na economia em geral e fez com que muitos consumidores se endividarem ou não tenham como liquidar as dívidas já existentes.
Com isso, o percentual de famílias endividadas é de 79,3% em setembro, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). “A situação realmente é preocupante, mas também se apresenta como uma oportunidade, pois, onde se tem muitas pessoas devendo se tem também muitas empresas também querendo receber. Isso faz com que o momento seja bom para negociação”, explica Afonso Morais, sócio da Morais Advogados Associados.
Veja, a seguir, algumas dicas que Afonso Morais preparou para ajudar a negociar com os credores em tempos de crise:
• Organize as finanças para visualizar o valor das suas despesas, pelo menos, pelos próximos três meses, incluindo todas as dívidas já existentes.
• De acordo com o que você tem de reserva financeira disponível e com as previsões de entradas no caixa, saberá quanto de dinheiro pode destinar para o pagamento das despesas já existentes
• Procure todos os credores e proponha uma renegociação, em primeiro lugar solicite um aumento de prazo para pagamento, aumentando o prazo de pagamento e diminuindo o valor mensal das parcelas, colocando na mesa o valor que você tem disponível para parcelar.
• Com atual situação da pandemia, com a redução dos negócios, emprego e da atividade econômica, os credores estão mais flexíveis em renegociar a dilação de prazos de pagamento, sem aumentar a parcela.
• O importante é saber quanto você pode pagar para fazer com que a negociação atinja esse patamar. Caso contrário, você pode não conseguir honrar o novo acordo.
• Nas negociações, é possível utilizar alguns argumentos jurídicos, tais como: Teoria da imprevisão, caso fortuito e força maior, modificação de cláusulas contratuais, pode ser interessante procurar uma consultoria jurídica para as melhores formas de concluir um acordo.
• Priorize o pagamento das dívidas relacionadas a serviços essenciais ou aquelas que tenham uma taxa de juros mais alta. Essas devem ser liquidadas primeiro.
• Reveja os contratos assinados com seus credores: em muitos casos já existem cláusulas que preveem medidas especiais em casos extraordinários, como é o que estamos vivenciando agora. Se o documento contemplar algo nesse sentido, você pode utilizar essa cláusula para recorrer ao credor.
• Reveja seus gastos e seu custo de vida. Isso pode ajudar a evitar que se contraia dívidas maiores com os fornecedores já existentes.
• Identifique as despesas que podem ser cortadas nesse período para que você tenha mais recursos para liquidá-las.
“Em momentos como este, apenas o que é essencial deve permanecer, para que se atravesse a situação de forma mais fortalecida e para que se posso recuperar a adimplência o mais breve possível”, finaliza Afonso Morais.