Dono de hospital onde potiguar morreu durante cirurgia plástica é réu por lesão corporal gravíssima

Um dos sócios-proprietários do Hospital Gastroprocto, o médico Gutembergh Nóbrega é réu na justiça potiguar por lesão corporal gravíssima, falsidade ideológica e propaganda enganosa, assim como por “realizar cirurgias sem aplicação da técnica recomendada, inclusive dispensando a presença de médico auxiliar, o que vai de encontro ao que prescreve a Resolução CFM no 1.490/98, e manter o funcionamento da unidade hospitalar da qual é sócio-proprietário, mesmo sem dispor de alvará de funcionamento, licença ambiental de operação, AVCB do Corpo de Bombeiros e Alvará Sanitário”. É o que diz uma denúncia feita pelo Ministério Público e aceita pela Juíza Ana Carolina Maranhão, da 7ª Vara Criminal de Natal.

A denúncia foi feita após um procedimento cirúrgico que causou sérios danos ao paciente, que chegou a precisar fazer uma cirurgia reparadora em São Paulo, segundo o MP.

Ainda de acordo com a acusação, dr Gutembergh Nóbrega “falsamente” se dizia gastroenterologista e coloproctologista. O médico virou réu no processo no dia 30 de janeiro, seis dias antes da morte da oficial de justiça Natália Araújo, de 36 anos.

Em outra ação que tramita na 11ª Vara Cível de Natal, o Gastroprocto e Gutembergh Nóbrega também viraram réus após outra denúncia do MP de propaganda enganosa. Segundo a acusação, a unidade de saúde e seu proprietário divulgavam que possuiam especialidade em coloprocrologia e gastroenterologia, quando, na verdade, segundo informado pelo Conselho de Medicina, o médico possui a especialidade em cirurgia geral e endoscopia. Nesta ação civil pública, aceita pela juíza Karyne Chagas de Mendonça em novembro de 2022, o Ministério Público cobrou uma indenização de 500 mil reais.

Além das denúncias citadas, o Hospital Gastroprocto não possui Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), mesmo realizando inúmeras cirurgias complexas todos os meses. A unidade também não tem ambulância para transferir pacientes até uma UTI em caso de intercorrências, como aconteceu com Natália Araújo.

A oficial de justiça era de Natal, mas morava no Acre desde que passou no concurso para o cargo, em 2013. Ela voltou à capital potiguar para realizar uma cirurgia plástica para correção de diástase e abdominoplastia. O procedimento foi feito no último dia 6 por um renomado cirurgião da área, mas foi interrompido por uma trombose generalizada. A paciente veio a óbito, deixando uma filha de um ano de idade.

Com informações do Blog Juliana Celli