O primeiro medicamento injetável que previne contra o HIV foi aprovado no Brasil. Chancelado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o cabotegravir é uma profilaxia pré-exposição (PrEP), isto é, atua diretamente na prevenção de possíveis infecções pelo vírus causador da aids. O medicamento é considerado inovador porque, até o momento, ainda não há uma vacina contra o vírus, e o tratamento contra o HIV é feito por meio de uma combinação de dois comprimidos, ingeridos diariamente por via oral – tenofovir e entricitabina, que o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza gratuitamente desde 2017.
A principal diferença entre o cabotegravir e o coquetel de remédios é justamente o fato de ele ser injetável e ter um tempo de ação prolongado. As duas primeiras doses devem ser aplicadas em um intervalo de quatro semanas. Depois, os pacientes são instruídos a receber uma injeção a cada oito semanas, ou seja, a cada dois meses, o que reduz o índice do uso de medicação para seis vezes ao ano, em vez da utilização durante 365 dias.
O medicamento já havia sido aprovado em 2021 pela FDA (Food and Drug Administration, a agência reguladora de alimentos e medicamentos dos Estados Unidos). No ano passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) também passou a recomendar o uso do cabotegravir. Austrália, Estados Unidos e Zimbábue são outros países que também já aprovaram o uso da medicação injetável.