Um mês depois de deixar o comando do Ministério da Saúde do governo Bolsonaro, o médico e empresário Nelson Teich diz que foi um erro o governo tirar os dados sobre a covid-19 do site, que o Brasil não deveria deixar a OMS e que “não é bom” que o país ainda não tenha um ministro da Saúde oficial — quem comanda a pasta atualmente é um ministro interino, o militar Eduardo Pazuello.
Em entrevista à BBC, Teich, que não chegou a completar um mês à frente da pasta de Saúde, deu detalhes sobre o desentendimento com o presidente, Jair Bolsonaro, sobre o uso de cloroquina — em particular sobre a questão de incluir o remédio no protocolo de combate à pandemia de covid-19 do SUS (Sistema Único de Saúde).
“Se você usar o dinheiro para incorporar remédios que você não consegue provar que são efetivos, você não está usando o dinheiro em outras coisas que são essenciais”, disse ele à correspondente da BBC no América Latina, Katy Watson.
Para o ex-ministro, que nega ter sido pressionado para mudar números de casos e mortes por covid-19, houve um “enfraquecimento do ministério da Saúde”. Mas ele evitou criticar Bolsonaro diretamente, disse que nunca sofreu pressão no ministério e afirmou que a atitude do presidente “não é 100% do problema”.
Fonte: BBC Brasil