Uma equipe de arqueólogos da UFRN realiza, nos dias 19 e 21 de junho, pesquisa de campo na comunidade Lagoa do Sítio 1, na Zona Rural de Macaíba, em busca de vestígios da ocupação dos povos indígenas do grupo Tupi na região. Foi lá que, em 2016, o agricultor José Carlos Ferreira encontrou um grande vaso de cerâmica com uma ossada humana enquanto escavava o quintal para a construção de uma cisterna.
A ação faz parte do projeto de pesquisa intitulado Estudo da Ocupação Tupi no Rio Grande do Norte: uma busca pela socialização do conhecimento produzido a partir da pesquisa em sítios arqueológicos e acervos de instituições potiguares. A atividade reúne pesquisadores do Museu Câmara Cascudo (MCC), dos Laboratórios de Arqueologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) em Natal e em Caicó, além de técnicos do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), órgão responsável pela autorização de pesquisa.
Os pesquisadores contam, ainda, com a participação da equipe do professor Josibel Gomes de Oliveira Jr., do Departamento de Geofísica da UFRN, que vai usar um radar penetrante no solo (GPR, na sigla em inglês) para detectar a presença dos artefatos em uma profundidade de até seis metros sem a necessidade de escavações em grandes áreas. Segundo Abrahão Sanderson, chefe do Setor de Arqueologia do MCC, a técnica permite otimizar a busca e reduzir os custos da pesquisa.
Desde 2016, as obras na localidade foram paralisadas, e esta é a primeira vez que o sítio arqueológico passa por uma atualização em busca de novos vestígios e de artefatos. A expectativa é de que haja outras urnas funerárias ou objetos cotidianos de grupos indígenas Tupi para que possam ser comparadas com outros objetos escavados ou preservados em museus e instituições de patrimônio e possam trazer novas informações sobre a ocupação do território potiguar. A urna funerária encontrada em 2016 está preservada no acervo de arqueologia do MCC, mas há propostas de criação de um museu comunitário na localidade.
