Dólar dispara após vitória da extrema direita, e Argentina sobe juros para 118%

O candidato oposicionista de extrema direita Javier Milei surpreendeu e foi o mais votado nas eleições primárias da Argentina, realizadas neste domingo (13). As propostas econômicas, que podem botar fogo na política monetária argentina, adicionaram incerteza ao cenário eleitoral e preocupam o mercado financeiro. São muitas as promessas polêmicas do candidato nas mais variadas esferas, mas, na economia, destacam-se a adoção do dólar como moeda oficial do país e o fechamento do Banco Central argentino.

O dólar blue, conhecido como câmbio paralelo da Argentina, que havia fechado em 605 pesos na sexta-feira, antes das eleições, abriu o dia na casa dos 670 pesos, em alta de cerca de 10%. Essa é uma nova máxima histórica do dólar paralelo, que havia chegado a 610 na quinta-feira passada. Além disso, o banco central da Argentina desvalorizou nesta segunda-feira o peso em quase 18% e fixou a taxa de câmbio oficial em 350 pesos por dólar, segundo a agência Reuters. A fonte disse ainda que o câmbio será fixado nessa taxa até a votação presidencial de outubro.

A autoridade monetária decidiu também elevar a taxa básica de juros em 21 pontos básicos, para 118% ao ano. Mais cedo, no chamado “pré-mercado” de Wall Street, que mostrou os títulos argentinos caindo até 12% e a bolsa em forte queda, devido às vendas de urgência após o resultado das primárias.

Fonte: G1