A ciência já sabe que os microplásticos — partículas de polímeros com menos de 5 milímetros — estão por toda parte: nos oceanos, na água que bebemos e até dentro do organismo humano. Mas, segundo um novo estudo conduzido por pesquisadores do Japão, eles também podem estar nas nuvens. Liderados por Hiroshi Okochi, professor na Universidade Waseda, os cientistas japoneses traçaram o caminho dos chamados microplásticos atmosféricos enquanto circulam na biosfera. O trabalho foi publicado em agosto no periódico Environmental Chemistry Letters.
“Microplásticos na troposfera livre são transportados e contribuem para a poluição global. Se o problema da ‘poluição do ar por plásticos’ não for abordado de forma proativa, as mudanças climáticas e os riscos ecológicos podem se tornar uma realidade, causando danos ambientais irreversíveis e graves no futuro”, alerta Okochi, em comunicado.
Segundo os autores, 10 milhões de toneladas desses fragmentos acabam no oceano e encontram seu caminho na atmosfera. Isso significa que os microplásticos podem ter se tornado um componente essencial das nuvens, contaminando praticamente tudo o que comemos e bebemos através da “chuva de plástico”.
Os pesquisadores ponderam que, embora a maioria dos estudos sobre microplásticos tenha se concentrado nos ecossistemas aquáticos, poucos investigaram seu impacto na formação de nuvens e nas mudanças climáticas como “partículas em suspensão”.
Fonte: Revista GALILEU