Não é só a Covid-19 que pode provocar sintomas prolongados. Também é possível sofrer com incômodos de longo prazo após outras infecções respiratórias, como gripe, resfriado e pneumonia. É o que sugere um estudo publicado no último dia 6 de outubro na revista The Lancet’s EClinicalMedicine.
A pesquisa — feita por pesquisadores da Queen Mary University of London, na Inglaterra — mostra que é possível ter sintomas mais de quatro semanas após uma infecção que testou negativo para o coronavírus. Os mais comuns são tosse, dor de estômago e diarreia.
O estudo se baseou em dados de mais de 10 mil adultos do Reino Unido, que participaram da pesquisa COVIDENCE UK sobre a Covid-19, lançada em 2020 e que inclui um mais de 19 mil participantes.
Os voluntários avaliados tiveram suas respostas coletadas por meio de questionários e análises estatísticas. Os especialistas compararam a prevalência e gravidade de sintomas de longo prazo relatados após um episódio de Covid-19 com um caso após uma infecção respiratória aguda que testou negativo para o coronavírus.
“Nossas descobertas lançam luz não apenas sobre o impacto da Covid-19 de longa duração na vida das pessoas, mas também sobre outras infecções respiratórias”, afirma Giulia Vivaldi, pesquisadora da COVIDENCE UK e principal autora do novo estudo, em comunicado.
Segundo Vivaldi, a falta de conscientização, ou até mesmo de um termo comum, impede o relato e o diagnóstico dessas condições. Enquanto para a Covid-19 longa já foram investigados mais de 200 sintomas, o quadro sintomático dos outros tipos de infecções prolongadas permanece uma incógnita. “Essas ‘infecções longas’ são tão difíceis de diagnosticar e tratar principalmente devido à falta de testes de diagnóstico e à existência de tantos sintomas possíveis”, diz Vivaldi.
Os pesquisadores ainda não têm evidências que sugiram que a “gripe longa” tenha a mesma gravidade ou duração que a Covid longa. Mas eles perceberam que os participantes recuperados da Covid eram mais propensos a experimentar tontura ou vertigem e problemas com o paladar e o olfato, em comparação com aqueles que tiveram outra infecção respiratória.
Fonte: Revista GALILEU