Todo mundo já ouviu o nome de Oswaldo Aranha alguma vez na vida. Seja por ser nome de uma escola, de uma rua, de uma praça ou de um dos filés mais famosos da gastronomia carioca – filé mignon com alho frito. Mas o que nem todo mundo sabe é que este gaúcho que viveu entre 1894 e 1960 foi um dos nomes mais importantes das relações exteriores no Brasil.
Oswaldo Aranha presidiu a sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) que aprovou a Resolução 181 – também conhecida como Plano de Partilha da Palestina, que estabeleceu a criação do Estado de Israel. Algumas pessoas atribuem a ele o fato de o Brasil abrir a Assembleia Geral desde 1955.
“Oswaldo Aranha foi uma figura central na construção da maioria para a aprovação da Assembleia Geral da ONU que passou a Resolução prevendo o Plano de Divisão da Palestina e do Estado de Israel. Ele presidiu a sessão da Assembleia Geral em questão. Segundo diferentes fontes, fala-se que o papel de Aranha foi importante na ação de bastidores e na construção dos países latinoamericanos. A ONU precisava, naquele momento, de uma figura imparcial e Aranha, vindo da América Latina, representou essa figura na construção dos trabalhos”, explica Lucas Carlos Lima, professor de Direito Internacional da Faculdade de Direito da UFMG.
Aranha esteve à frente do debate sobre uma ação política internacional que estava longe de ser consensual. Antes mesmo da oficialização da criação do Estado de Israel, o novo país já era contestado por todos os vizinhos árabes – mas não somente eles. Irã, Iraque, Paquistão, Arábia Saudita, Síria, Cuba e Índia votaram contra a resolução.
A região da Palestina fez parte do Império Otomano até a Primeira Guerra Mundial e passou a ser administrada pelo Reino Unido em 1920 – já que o império foi dividido entre britânicos e franceses ao fim da Grande Guerra, em 1918. Durante o período em que os britânicos administraram a região, já havia guerras entre grupos nacionalistas judeus e muçulmanos.
Fonte: Jornal O Tempo