Em uma tumba no Cemitério do Deserto Norte, no Egito, composta por um poço e uma câmara funerária, pesquisadores encontraram o esqueleto de uma mulher que morreu quando tinha entre 18 a 21 anos, há 3 mil anos. E a jovem tinha alojado na pélvis um tumor ovariano contendo dois dentes. Os restos revelam o exemplo mais antigo conhecido de um teratoma, um tipo raro de tumor que normalmente ocorre nos ovários ou nos testículos. A descoberta foi registrada em 30 de outubro no International Journal of Paleopathology.
Segundo o site Live Science, apenas quatro exemplos arqueológicos de teratomas haviam sido encontrados anteriormente, sendo três na Europa e um no Peru. A recente descoberta no cemitério egípcio, datado do período do Novo Reino em Amarna, fundado por volta de 1345 a.C., é o quinto caso antigo desse tumor no mundo e o primeiro na África.
Em artigo publicado no site MD.saúde, o médico Pedro Pinheiro, especialista em Medicina Interna e Nefrologia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), explica que o teratoma é quase sempre benigno.
Ele pode ser formado a partir de células totipotentes, que originam todas as ordens de células necessárias para formar tecidos maduros e estruturas do nosso organismo. “Não é incomum, portanto, que o tumor tenha aparência bizarra, contendo cabelo, dentes, pele, ossos e tecido neural”, afirma o especialista.
No caso em questão, o tumor desenvolveu dentes, atingindo uma mulher encontrada enrolada em um tapete de fibras vegetais. De acordo com a revista Horizon, do projeto de escavação responsável, o The Amarna Project, a jovem egípcia foi enterrada usando um colar com 56 pingentes em forma de gota ocos e quatro pequenas contas, todos em folha de ouro.
Fonte: Revista GALILEU