Rosto de neandertal idoso é reconstituído em estudo liderado por brasileiro

Em 3 de agosto de 1908, em uma caverna na comuna francesa de La Chapelle-aux-Saints, um grupo de padres católicos descobriu os restos de um hominídeo idoso que viveu aproximadamente entre 56 mil e 47 mil anos atrás. Conforme divulgou nesta quarta-feira (8) o site Live Science, 115 anos depois, uma equipe liderada pelo designer 3D brasileiro Cicero Moraes, do grupo Arc-Team, criou uma aproximação facial digital do indivíduo. O estudo foi publicado em outubro no site Research Gate.

O esqueleto quase completo não tinha vários dentes, o que levou o indivíduo a ser apelidado de “velho”. Porém, uma investigação mais aprofundada revelou que o sujeito não era um humano moderno (Homo sapiens), mas sim um neandertal.

Segundo descrevem os pesquisadores, o homem morreu quando tinha mais de 60 anos de idade e, próximo ao seu crânio, havia ossos de animais, muitos dos quais mostravam sinais de queima. A cova do neandertal escavada em substrato calcário media 1,45 metro de comprimento, 85 centímetros de largura e 39 centímetros de profundidade.

O esqueleto tinha muitos traços característicos de neandertal, incluindo uma crista de sobrancelha muito grande, uma base craniana plana e órbitas oculares grandes, segundo o site eFossils.com, administrado pelo Departamento de Antropologia da Universidade do Texas em Austin, nos EUA.

O homem sofria de doenças graves, o que significa que para sobreviver ele provavelmente teve ajuda de outras pessoas. Uma doença periodontal severa o havia deixado quase completamente banguela antes da morte. Também havia sinais de artrite ou degeneração articular na mandíbula.