CURIOSIDADE: Megalodonte não era tão “mega” quanto se pensava, aponta estudo

Extinto há 3,6 milhões de anos, o megalodonte (Otodus megalodon) costuma ser retratado como um tubarão monstruosamente superdimensionado em romances e filmes de ficção científica, incluindo Megatubarão (2018) e Megatubarão 2 (2023). Mas, agora, pesquisadores descobriram que o animal não era tão grande quanto se imaginava.

Em um estudo publicado nesta segunda-feira (22) na revista Palaeontologia Electronica, uma equipe de 26 cientistas de vários países, incluindo o Brasil, descobriu que o megalodonte era mais esguio do que estudos anteriores sugeriam.

Até então, pesquisas estimavam que a espécie atingia entre 15 e 20 metros de comprimento. Como o megalodonte é conhecido principalmente por seus dentes e vértebras em um registro fóssil incompleto, o tubarão-branco moderno era tradicionalmente usado como modelo para seu tamanho corporal.

Esse modelo levou os pesquisadores a concluir que o megalodonte era redondo e corpulento, como os grandes tubarões-brancos. Porém, ao comparar fósseis de vértebras do tubarão extinto com os de parentes vivos de tubarões lamniformes, os autores viram que esse não era o caso.

“Nossa equipe reexaminou o registro fóssil e descobriu que o megalodonte era mais esguio e possivelmente até mais longo do que pensávamos”, disse o primeiro autor do artigo, Phillip Sternes, biólogo da Universidade da Califórnia em Riverside, nos Estados Unidos, em comunicado. “Portanto, um modelo melhor poderia ser o tubarão-mako moderno.”

Sternes conta que a equipe — que incluiu os brasileiros João Paulo C.B. da Silva, pesquisador da Universidade Federal da Paraíba (UFPB); e Hugo Bornatowski, professor na Universidade Federal do Paraná (UFPR) — mediu todo o esqueleto vertebral de um tubarão-branco vivo com um scanner CT e O comparou com a reconstrução anterior da coluna vertebral do megalodonte. Os resultados apontam que a criatura pré-histórica não era meramente uma versão maior do tubarão-branco de hoje em dia.

Ainda assim, o megalodonte não deixa de ser um dos maiores predadores marinhos que já existiram. Um corpo mais esguio e alongado sugere que o animal também tinha um canal digestivo mais longo. Sternes explica que, nesse caso, a criatura pode ter tido uma absorção aprimorada de nutrientes e talvez não precisasse se alimentar com tanta frequência quanto se pensava.

Fonte: Revista Galileu