Centro de Tratamento de Queimados do Walfredo Gurgel passa por restruturação

O setor contará com capacitação dos médicos da Coopmed e terá geração de Cirurgiões Queiomólogos

Chamado de Jussiê Ramalho, o único Centro de Tratamentos para Queimados do Rio Grande foi inaugurado em 2005 e funciona nas instalações do Hospital Walfredo Gurgel. Atualmente o Centro recebe uma demanda expressiva mensal, desde a liberação na pandemia do uso do álcool 70%. Outro fato relevante e de ordem social é a pobreza, a medida que o gás de cozinha aumenta, as pessoas de baixa renda, procuram outras formas para cozinhar, como álcool, gasolina, querosene, o que cresce expressivamente o número de casos de queimados, bem como as precárias instalações elétricas das residências que são responsáveis por 50% dos casos. Nos meses juninos, a demanda que já grande, aumenta quase 2000%, segundo o coordenador cirurgião plástico, Dr. Marco Almeida.

Para o coordenador do Centro, a prevenção é o passo mais importante, e deve acontecer dentro das casas. “As campanhas de prevenção da Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ) são constantes e o maior número de queimaduras acontecem em casa, dentro da cozinha”, destaca Dr. Marco.

De acordo com o médico, nos últimos três anos o CTQ juntamente com o Corpo de Bombeiros e Neo Energia realizam uma campanha muito grande, talvez, provavelmente, a maior campanha a céu aberto de prevenção de queimaduras, no Parque das Dunas. “Pra gente fazer um trabalho de educação, nada melhor que trabalhar com as crianças, porque elas vão cobrar dos pais”, explica Dr. Marco que reforça que a prevenção é um trabalho educativo.

Infelizmente em 2023, em virtude da grande demanda de trabalho no Centro e a falta de médicos especializados, os médicos do CTQ ficaram sobrecarregados, impedindo que a campanha grandiosa fosse realizada. “Nós estávamos com um déficit de RH qualificado muito alto, mas desde dezembro, após a contratação de médicos pela Cooperativa Médica do RN – Coopmed, nós estamos fazendo uma verdadeira revolução dentro do CTQ”, explica.

Para tudo dar certo, foi preciso adotar uma estratégia realizada nos EUA, por Dr. Marco Almeida, que consiste em treinar os médicos terceirizados, que fazem cirurgia geral e que desejam ser cirurgiões plásticos ou que estão ainda em formação para ser a futura geração. “A nossa escala de cirurgiões plásticos já não fecha, mas agora nós complementamos com os cirurgiões gerais da Coopmed, treinando-os para que se tornem Cirurgiões Queimólogos”, ressalta Dr. Marco, que reforça que a capacitação dos médicos cooperados se dá de forma progressiva no dia-a-dia, pois exige uma formação específica de acordo com a SBQ e que já está no planejamento do Hospital para ser realizado algo maior esse sentido.

“Nós demos um grande salto assistencial, pois conseguimos implementar nossa equipe médica com um clínico destinado ao CTQ diariamente e agora possuímos um equipe dedicada, com nível de comprometimento muito alto, além de uma escala noturna, com um médico específico para lá, sem precisar chamar médicos do pronto-socorro e também de um infectologista”.

O CTQ atualmente possui estrutura organizada e com reserva técnica. ”Agora nós temos durante o dia dois cirurgiões e isso só foi possível após a reestruturação que aconteceu com a contratação dos médicos da Coopmed a partir de dezembro de 2023”, afirma Dr. Marco Almeida que enaltece a melhora na qualidade do atendimento assistencial com a chegada dos 12 médicos e finaliza que o CTQ é um lugar de lutas constantes e uma retaguarda para a sociedade.