A lógica de trabalho atual valoriza a produtividade: quanto mais horas você trabalha e quanto mais tempo você consegue render, melhor funcionário você é. O problema é que isso está levando a uma epidemia de estresse e esgotamento.
Mas é possível ter sucesso apostando em uma abordagem diferente. Prova disso é a rotina de Charles Darwin, naturalista britânico que é considerado o “pai da teoria da evolução”. Darwin usava como tática alternar o trabalho com sonecas pontuais. Curioso? Bom funcionava para ele.
Darwin começava seu dia com um café da manhã e uma caminhada matinal. Daí, trabalhava conduzindo seus estudos das 8h às 9h30. O trabalho do cientista, focado em teorizar, escrever e fazer experimentos, era distribuído em três períodos de 90 minutos por dia.
Nesse primeiro momento, ele fazia uma pausa para ler, escrever cartas e ouvir um romance lido em voz alta. Ele retornava aos experimentos em seu aviário ou na estufa às 10h30.
Quando o relógio marcava meio-dia, Darwin saía para caminhar próximo à sua casa em Down, na região de Londres, para onde se mudou em 1842 e viveu até o final da vida. Após o almoço, o cientista escrevia mais cartas e tirava uma soneca de uma hora. Depois que acordava, fazia mais uma caminhada e retornava aos estudos das 16h às 17h30. E por fim, ele jantava com a sua família.
“Se [Darwin] tentasse ser professor em uma universidade hoje, ele teria sido negado. Se ele estivesse trabalhando em uma empresa, teria sido demitido dentro de uma semana”, escreve o pesquisador visitante da Universidade Stanford Alex Soojung-Kim no livro “Rest: Why You Get More Done When You Work Less”, sem edição em português”, como nota o site QZ .
Mas as poucas horas de trabalho eram muito prolíficas. Ao longo dos seus 73 anos, o naturalista britânico conseguiu publicar 19 livros — incluindo “A Origem das Espécies”, que é uma das obras mais influentes da história da ciência.
“Quando você examina as vidas das figuras mais criativas da história, você se depara com uma paradoxo: eles organizam suas vidas em torno de seu trabalho, mas não de seus dias”, diz Pang. As horas que Darwin dedicava ao descanso, por exemplo, eram tão importantes quanto o tempo dedicado ao trabalho. “Quando paramos e descansamos adequadamente, não estamos pagando um imposto sobre a criatividade: estamos investindo nela”.
Fonte: Revista Galileu