Artigo de Opinião
A campanha para a Prefeitura de Natal tem sido marcada por reviravoltas dignas de uma novela mexicana, e o protagonista ou antagonista dessa trama é ninguém menos que o eterno candidato de nome composto como todo personagem de novela mexicana: Carlos Eduardo. Sua estratégia de campanha, baseada na fuga dos debates e no evitar de entrevistas, aliada ao início da propaganda gratuita de rádio e TV, parece ter custado caro ao ex-prefeito.
De acordo com a última pesquisa de opinião realizada pelo Instituto DataVero/98FM, Carlos Eduardo, que liderava as intenções de voto, vem apresentando uma queda expressiva, passou de 40,30% em agosto para 33% atualmente. Já seus adversários, Paulinho Freire (UB) e Natália Bonavides (PT), têm apresentado crescimento, chegando a 22,60% e 14,60%, respectivamente.
Já na pesquisa Futura divulgada recentemente pela Revista Exame, no cenário, Carlos Eduardo tem 31,6% empatado tecnicamente com Paulinho Freire, 29,1%, e Natália Bonavides com 20,3%.
Como diria Sêneca, “a essência da democracia é o diálogo”. Mas Carlos Eduardo parece ter esquecido essa lição fundamental. Ao se recusar a enfrentar seus adversários em debates, ele não apenas se esquiva do confronto de ideias, como também se distancia do eleitor, negando-lhe o direito de conhecer, comparar e escolher livremente seu representante.
É irônico que um candidato que se apresenta como o “homem do povo” evite tanto o contato com a população. Talvez ele tenha se esquecido das palavras de Platão: “O homem sábio é aquele que sabe que sabe pouco”. Ao se recusar a ouvir, Carlos Eduardo demonstra uma arrogância que o distancia cada vez mais daqueles que deveriam ser seu maior apoio: os eleitores.
E é exatamente essa arrogância que parece ter custado caro a Carlos Eduardo. Enquanto seus adversários, como Paulinho Freire e Natália Bonavides, se esforçam para se conectar com o eleitorado, o ex-prefeito se vê cada vez mais isolado. Sua estratégia de campanha, baseada na autoproclamação de sua suposta superioridade, não apenas não convenceu o público, como também abriu espaço para que seus oponentes crescessem.
Talvez Carlos Eduardo devesse refletir sobre tudo isso, antes que seja tarde demais. Afinal, a verdadeira liderança não se impõe pela força, mas se conquista pelo respeito e pela confiança daqueles que escolhem.
paulo césar pereira
lamentavelmente a arrogancia é o cadeado da ignorancia onde será preso por ele mesmo sua falta de humildade.