Após ser informada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, de que não há mais nada que possa fazer para impedir seu afastamento, a presidente Dilma resolveu adotar uma série de medidas visando minar o poder de atuação de seu sucessor, Michel Temer.
A estratégia de vingança consiste em esvaziar o caixa do governo, liberando todos os recursos previstos no orçamento, que deveriam ser repassados aos seus destinos ao longo de todo o ano. A primeira iniciativa neste sentido já foi inclusive anunciada.
Com a desculpa de que o sucessor da presidente possa conter repasses para a Polícia Federal visando dificultar as investigações da Operação Lava Jato, O ministro da Justiça, Eugênio Aragão, anunciou nesta terça-feira, 26, que vai liberar todos os recursos previstos para a PF.
Segundo o ministro, a medida tem por objetivo proteger instituição “de eventuais chantagens políticas” por parte do novo governo.
“Nós estamos garantindo que todos os recursos da Polícia Federal para até o final do ano lhe sejam já repassados antes do dia 11 de maio. E o que significa isso? Que a Polícia Federal não ficará a mercê de eventuais chantagens políticas”, justificou Aragão, contrariando a postura do governo nos últimos anos, que fez de tudo para tentar deter a Lava Jato.
De acordo com a previsão da lei orçamentária deste ano, A PF deveria receber esta ano R$ 160 milhões. Aragão prometeu liberar os recursos antes do dia 11 de maio, a data prevista para a votação do impeachment de Dilma no Senado.