O efeito colateral de todos contra Carlos Eduardo Alves

As equipes de marketing das campanhas de Paulinho Freire, Natália Bonavides e Rafael Motta conseguiram, com maestria, o que pretendiam: expuseram as fragilidades, os erros e a mesmice das gestões de Carlos Eduardo Alves à frente da prefeitura de Natal. Desde o famigerado sorteio de vagas em creche para crianças, passando pelos remédios jogados no lixo, até as contas reprovadas pelo TCU. O eleitor, atento e perspicaz, começou a perceber que o ex-gestor não era essa maravilha toda que ele se esforçava para projetar. A arrogância do ex-prefeito, sua falta de diálogo e a ausência nos debates contribuíram para uma queda acentuada nas pesquisas. Na verdade, essa tendência de declínio já se manifestava desde o início da campanha eleitoral. Poderíamos dizer que as estratégias de seus adversários foram eficientes, mas não eficazes, considerando que o objetivo seja garantir uma vaga no segundo turno que se aproxima. Porém, o efeito colateral dessa estratégia revela-se na indefinição de quem realmente irá ser escolhido pelo voto para confrontar Alves na próxima fase do embate. Será Paulinho ou Natália?

Agora, é possível observar uma mudança de tática, afinal, tanto Paulinho Freire quanto Natália Bonavides estão em ascensão, disputando uma cobiçada vaga no segundo turno. O marketing de Natália mantém o alvo em Carlos Eduardo Alves, enquanto a equipe de Paulinho, começa a mirar também em Natália. Rafael Motta, por sua vez, diversifica sua estratégia, mirando em alvos múltiplos. Estamos à beira de uma fase de mata-mata, indo para os finalmente num “tudo ou nada”. A reta final promete emoções intensas, e só espero que esse espetáculo não termine em cadeiradas. Que coisa mais feia, não é mesmo?

PS.: Ainda tem o efeito Lula. Se o presidente vier a Natal pedir votos para Natália como prometeu, isso pode assegurar mais votos para a candidata estar no segundo turno.