O Dia do Estudante nesta terça-feira ,11, foi “comemorado” de forma diferente: um grupo de estudantes protestava pacificamente contra a intervenção no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN). Segundo relatos enviados ao BLOG ANTENADO, eles se dirigiram à Reitoria do IFRN, para pedir uma audiência com o reitor interventor da instituição, Josué Moreira. O objetivo era cobrar providências por parte da gestão quanto à apresentação de um plano de retorno às aulas da Instituição, que contemple o acesso democrático às aulas a todos e todas.
A responsabilidade de elaboração desse plano é da Pró-Reitoria de Ensino, capitaneada pelo professor José Ribeiro, candidato derrotado na eleição de 2019, mas até hoje, com mais de 100 dias sob intervenção, nenhuma proposta foi apresentada pela pasta. Segundo relatos, os estudantes, então, resolveram protestar contra a intervenção, alegando que a Instituição tem sofrido com a “irresponsabilidade e a incapacidade” gestora da equipe nomeada. Na semana passada, os conselhos de ensino, superior, e de dirigentes protocolaram processo no MEC com mais de 150 páginas que apresentam irregularidades e condutas consideradas inadequadas por parte de Josué Moreira, reitor interventor, e da sua equipe gestora.
Na manhã desta terça-feira, os estudantes seguiram com o protesto até que Josué Moreira chamou a Polícia Militar, que tratou com truculência os estudantes e servidores que estavam no local. A Polícia correu para atacar os estudantes e entrou em embate com eles, retirando os seus aparelhos celulares. O relato aponta que o reitor nomeado pelo MEC permaneceu trancado na Sala do Gabinete. Por volta das 14h, saiu em seu carro junto a outros membros da sua gestão. Os policiais jogaram spray de pimenta nos estudantes e partiram mais uma vez para o embate, inclusive deteriorando o portão de acesso à Reitoria.
Ressalta-se lembrar que o reitor pro tempore, Josué Moreira, foi nomeado sem consulta à comunidade acadêmica pelo MEC em abril deste ano. Desde então, a comunidade acadêmica, formada por estudantes e servidores, luta para que o reitor eleito democraticamente, José Arnóbio de Araújo Filho, seja nomeado.