Na Câmara, Nísia Trindade defende reestruturação dos hospitais federais: “Não atendem plenamente o SUS”

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, defendeu o Plano de Reestruturação dos Hospitais Federais do Rio de Janeiro e ressaltou que as unidades já foram centros de excelência, mas que hoje têm baixo atendimento à população. Um dos exemplos usados pela ministra é o percentual de leitos fechados atualmente: 25%.

Em julho último, o Ministério da Saúde iniciou a implementação do Plano de Reestruturação para garantir um sistema de saúde acessível e de qualidade. A reestruturação em curso garante todos os direitos dos servidores dessas unidades hospitalares. A medida busca reabrir leitos, ampliar serviços, aumentar o quadro de funcionários e integrar as unidades ao Sistema Único de Saúde (SUS).

“Os Hospitais Federais do Rio de Janeiro foram centros de excelência, sem dúvidas. Mas definitivamente, nunca atenderam plenamente o SUS. Eles já passaram por vários processos de intervenção ou tentativas de recuperação. Pelo SUS, não é papel do Ministério da Saúde fazer a gestão direta hospitalar. O SUS foi criado com a intenção de descentralização da gestão”, destacou a ministra. A declaração foi dada na manhã desta quarta-feira (13), durante audiência pública na Comissão de Saúde e de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados, onde a ministra apresentou resultados da pasta.

Nísia frisou aos deputados que os hospitais possuem grande carta de serviços, mas que pelo processo de sucateamento enfrentado, o acesso é restringido. Atualmente, as unidades estão com emergências fechadas, leitos bloqueados, déficit de funcionários e dificuldades de abastecimento.

“Há várias competências de áreas clínicas e cirúrgicas que persistiram ao desmonte que houve na gestão anterior. Prorrogamos contratos temporários para não haver interrupção de serviços e atendimentos”, lembrou a ministra. Por fim, ela garantiu que todos os direitos dos servidores serão preservados durante o processo de reestruturação e que haverá melhorias de infraestrutura e de gestão das unidades, que continuarão 100% SUS.