“A ciência é muito mais do que um grande rompante individual”, diz astrofísica

Quando pensamos em grandes descobertas científicas, é comum vir à mente a figura do gênio solitário que fica trancado no laboratório trabalhando incansavelmente em busca do momento “Eureka!”. A exclamação, que teria sido proclamada pelo matemático grego Arquimedes ao entrar em uma banheira e descobrir como calcular o volume de um objeto, representa também outras narrativas icônicas da ciência, como Newton à sombra da macieira ou o descabelado Einstein que, sozinho, reformulou toda a física. Mas não corresponde à realidade, de acordo com a astrofísica Larissa Santos, autora do recém-lançado De onde surgem as grandes ideias? (Editora Labrador).

“A ideia do livro foi desmistificar um pouco essa ideia do gênio solitário. A ciência atualmente é colaborativa, é muito mais do que um grande rompante individual”, diz a cientista, que hoje é professora do Centro de Gravitação e Cosmologia da Universidade de Yangzhou, na China. Autora de livro recém-lançado sobre o surgimento de grandes ideias quer desmistificar a imagem de gênios solitários e detalha o que considera essencial para o empreendimento científico.

Segundo a autora, o livro é como um manual informal voltado para ajudar pessoas — não só cientistas, mas profissionais de qualquer carreira — a despertarem a criatividade e, com curiosidade e colaboração, desenvolverem as suas próprias grandes ideias. É quase como um registro das boas práticas que ajudaram a brasileira a construir sua própria trajetória na ciência, da graduação em física na Universidade de Brasília até o posto na universidade chinesa.

“Todos esses itens do livro sempre fizeram parte da minha vida, como o despertar da curiosidade, tentar ler os livros originais das pessoas, ir atrás da história da ciência e fazer conexões”, explica a autora, que também é divulgadora científica no canal Bariogênese, no YouTube. A seguir, ela fala sobre a importância da colaboração na ciência e explica como a relação dela com o público a influenciou a escrever a obra. Também aborda questões como o exemplo chinês de investimento em educação e ciência e a influência da inteligência artificial na criatividade humana.

Fonte: Revista Galileu

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