A  lavagem de roupa suja, sujíssima, na disputa pelo senado entre Carlos Eduardo Alves e Rogério Marinho

Em condições normais de temperatura e pressão teremos uma eleição bem morna para o governo do estado com Fátima Bezerra (PT) como favorita à reeleição. Já na disputa pela vaga do senado… preparem a pipoca. Promete fortes emoções e já começou quente com acusações de um lado e outro.

O agora companheiro, Carlos Eduardo Alves, disse: “É preciso que se diga que Rogério Marinho foi o carrasco da classe trabalhadora, tendo sido relator de uma reforma trabalhista que tirou direitos e precarizou a situação do trabalhador. O eleitor deu a resposta a Rogério em 2018, não o reelegendo e agora vamos novamente derrotar Rogério e também Bolsonaro, que vem fazendo um governo desastroso”.

Rogério rebateu quase chamando o ex-prefeito de desocupado e questionando a origem de sua riqueza ao declarar:

“A pessoa menos qualificada para falar de trabalho é Carlos Eduardo. Ao que me consta, ele saiu do governo do município em março de 2018 (na verdade, foi abril), eu só vejo na rede social ele tomando banho de mar, água de coco, viajando para Orlando, caminhando na beira da praia… Esse cidadão não trabalha. Deve ser muito rico, deve ter muitas rendas para viver sem trabalhar. Há quatro anos não trabalha. Quer falar de trabalho?”, afirmou Rogério Marinho.

Para Rogério Marinho e dentro da sua ótica desenvolvimentista e liberal, a capital potiguar teve o desenvolvimento afetado pela defasagem do Plano Diretor, cuja última versão vigorou durante os seis anos da gestão de Carlos Eduardo, entre os anos de 2013 e 2018. O novo Plano Diretor só foi sancionado no início deste ano pelo prefeito Álvaro Dias (PSDB), sucessor de Carlos.

Enquanto isso, nesta terça (05), O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu manter a investigação contra o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho (PL), pelo crime de peculato, que é a apropriação de bem público. A investigação se refere à suposta contratação de 900 funcionários fantasmas pela Câmara Municipal de Natal (RN) que teria ocorrido entre os anos de 2005 e 2007, quando Marinho era presidente da Casa.

O ex-prefeito de Natal não perdeu tempo e usou as redes sociais para provocar o adversário lembrando esse e outros episódios com denúncias de mal uso de dinheiro público que envolvem o ex-ministro bolsonarista. Carlos Eduardo cita alguns exemplos, como o sobrepreço de R$ 3 milhões identificados pela Controladoria-Geral da União na compra de máquinas agrícolas pela Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba), empresa ligada ao ministério que foi comandado por Rogério Marinho até bem pouco tempo.

Além desse caso, Carlos Eduardo também criticou os supostos desvios realizados em diversos outros setores, entre eles, o “orçamento secreto”, instrumento usado para garantir o apoio do “Centrão” através de emendas indicadas pelo relator-geral sem detalhamento de gastos, também comandado por Rogério Marinho.

Paralelo a isso, circulam vídeos antigos que mostram o ex-prefeito criticando Lula e o PT e mostrando como ele mudou de Alves para o camarada Carlos rapidamente.

Sentiram? Eu sugiro, inclusive, que não se façam debates para o governo do estado e sim para o senado. Promete muito mais. Pois esses dois, se não estavam no poder diretamente nos últimos 20 anos, tinham pessoas indicadas por eles no poder. Então eles sabem muitos “podres” um do outro. Vai ser lavagem e roupa suja das grandes.

Só lembrando que a expressão “lavar a roupa suja” nós herdamos dos ancestrais lusitanos. Em Portugal a expressão significava discutir assuntos pessoais com pouca descrição. Mas em terra brasilis tem sido usada para se referir a certas disputas políticas. Essa é uma delas. Vai faltar água e sabão para tanta roupa suja.