A polêmica em torno do Chapadão de Pipa revela interesses “verdes”

No último sábado (15), manifestantes realizaram um ato simbólico em defesa do Chapadão e protestaram em frente à sede da empresa responsável pela construção, no centro de Pipa.

Embora pareça justo e necessário preservar o Chapadão, surgem questões pertinentes que merecem atenção. Por que somente agora surgem manifestações contrárias à obra, quando outras já foram concluídas na mesma área? Por que alguns se opõem a um empreendimento turístico em um dos destinos mais procurados do país? Se a obra foi autorizada pelos órgãos públicos com todas as licenças necessárias, como justificar a oposição? Cadê a segurança jurídica nesse caso? Essas são questões que carecem de respostas claras e que certamente diferem das dúvidas dos manifestantes.

Para alguns, a área é pública ou, pelo menos, acreditam que seja. No entanto, as autoridades públicas já confirmaram que se trata de uma propriedade privada, levantando dúvidas sobre a efetiva proteção do Chapadão por meio dessas ações de manifestação.

É importante considerar que o licenciamento ambiental prevê a construção de um condomínio residencial próximo ao Chapadão, como diversos outros que já existem na região. Esse empreendimento será composto por 246 unidades habitacionais distribuídas em 11 blocos, abrangendo uma área de 21.996,59 metros quadrados. A licença de instalação do canteiro de obras foi concedida pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do RN (Idema) em julho de 2022.

Um parecer técnico do Idema, datado de 2021, afirma que o empreendimento não ocupará a Área de Preservação Permanente (APP) que abrange 100 metros até a borda da falésia, garantindo, assim, a preservação dessa área.

A Prefeitura de Tibau do Sul também emitiu uma nota afirmando que, embora o Chapadão de Pipa seja um patrimônio turístico do município, há áreas específicas e demarcadas que são de propriedade privada, em conformidade com a legislação vigente. Dessa forma, o empreendimento obteve todas as licenças necessárias, seguindo as normas do Plano Diretor do município e do Código do Meio Ambiente.

Entretanto, é evidente que por trás das aparentes boas intenções dos manifestantes em preservar o Chapadão, há outros interesses em jogo. Segundo informações apuradas pelo Blog, a concorrência não está satisfeita com o novo empreendimento, e esse descontentamento pode ser um dos motores que impulsionam as manifestações. Portanto, é possível que existam interesses comerciais e políticos envolvidos na defesa da preservação do meio ambiente e do patrimônio de Pipa, onde pessoas estão preocupadas em proteger seus próprios negócios a qualquer custo, sem considerar os empregos que serão gerados e as garantias jurídicas dos empresários e investidores locais. As verdadeiras prioridades desses indivíduos parecem estar focadas apenas na preservação de seu próprio lucro, e não nas questões socioambientais ou econômicas mais amplas. O “verde” a ser preservado nesse caso seria das notas de dinheiro e não da natureza exuberante que atrai milhares de turistas para Pipa.