Em período de quarentena, jornalista e conselheiro de administração, Cristiano Félix, cria perfil em rede social para mostrar pinturas que tem feito
O jornalista e conselheiro de administração da rede de supermercados Nordestão, Cristiano Félix, criou um perfil no Instagram para divulgar algumas pinturas que tem feito nesse período da quarentena contra o novo Coronavírus.
A relação de Cristiano com a arte começou na adolescência, quando ele deu início a algumas pinturas em telas e chegou a vender em uma loja (de decoração) de shopping, aqui em Natal. Na época, a loja, que era da mãe dele, foi um espaço onde ele teve o primeiro contato entre o eu artístico e o comprador. Segundo Félix, uma pessoa apareceu na loja e comprou uma das telas que ele havia produzido. Era uma tela simples de pintura, porque ele não tinha nenhum conhecimento quanto às técnicas. Desde cedo ele era um modesto colecionador de arte, nunca fez curso e entendia de arte apenas relacionado à leitura, pesquisa que fazia.
Por um longo tempo, entre a juventude e a fase adulta, Cristiano circulou pelo jornalismo, apresentando alguns programas televisivos, dentre outras trabalhos relacionados à mídia. Porém, a arte continuou chamando-o para algo mais intimista. Ele criou o Complexo Iguales, um equipamento cultural que une moda, beleza, arte e gastronomia, oferecendo um ambiente cultural diferente para o natalense, com exposições mensais gratuitas, onde apresenta os artistas potiguares, além dos que estão além das fronteiras, para trocar experiências. Félix acha importante profissionalizar o mercado, porque muitos dos artistas não conseguem viver do que eles produzem da arte, normalmente pintam em horário alternativo, porque têm outro emprego.
Com o pouco tempo que tinha para se dedicar à própria arte (a pintura, no caso), devido aos trabalhos que tem que desenvolver como conselheiro de administração da rede de supermercados, Cristiano precisava ter um momento só seu para fazer algumas coisas que davam muito prazer. A pandemia do Coronavírus chegou ao Brasil e fez com que o país precisasse tomar medidas de isolamento social. Nessa quarentena, ele passou a fazer o “home office”, possibilitando-o estar mais livre. Félix encomendou umas telas e algumas tintas, através de delivery. Começou a pintar e a mostrar o processo no Instagram pessoal e não deu outra: as pessoas foram estimulando-o a pintar mais.
Em duas semanas, Cristiano pintou em torno de 7 trabalhos e as pessoas já começaram a perguntar quando que terá exposição. Para o “marchand” (comerciante, em francês), como ele se autointitula, é um cenário difícil, porque hoje em dia ele funciona como mercador de artes de alguns artistas, consegue montar as histórias, precificar e mostrar nas exposições para o público. Mas ele ainda não consegue fazer isso em relação à própria arte porque é difícil apresentar em primeira pessoa.
As primeiras telas começaram a ficar prontas no sábado, 04, anterior ao Domingo de Ramos. Ele incorporou “ramos” de folhagens sempre num sombreado (do preto), independente do background. Segundo Félix, às vezes ele faz as manchas na tela com diversas cores, dando um aspecto mais livre, como se fosse um abstracionismo. Outras vezes, ele vai mais ao primitivismo, que liga ao cubismo do pintor espanhol Pablo Picasso. Nesse isolamento, em meio às redes sociais, Cristiano começou a trocar contato com uma artista contemporânea, que se baseia em Picasso, que deu a ele algumas dicas de pintura.
Para divulgar melhor o trabalho que vem sendo feito, ele criou um perfil no Instagram para as pessoas irem acompanhando as suas produções e para discutir sobre arte. No perfil já tem vídeos nos stories, que também serão transformados para o IGTV. O primeiro dos vídeos fala sobre o cubismo, a relação com a pintura, como apreciador e colecionador de obras espanholas, que surgiu na época em que ele morou na Espanha. Saiba mais sobre o trabalho dele no perfil: @cricofelix.art