Análise do ar demonstra que poluentes influenciam concentração de bactérias e fungos na atmosfera

Fungos e bactérias estão entre as partículas existentes no ar, chamadas de bioaerossóis, e sua concentração é influenciada pela quantidade de poluentes, aponta estudo realizado por pesquisadores da USP e do Instituto Adolfo Lutz (IAL). Os cientistas avaliaram amostras de ar em uma área urbana e outra rural no Estado de São Paulo, e verificaram que os fungos são mais sensíveis à poluição, enquanto as bactérias se adaptam melhor. As análises reforçam a importância dos microrganismos como marcadores de níveis de poluentes nocivos à população, servindo para orientar políticas ambientais e de saúde pública.

“Na composição dos bioaerossóis, encontramos fragmentos de seres vivos, tais como pólens, esporos mortos e microrganismos vivos, entre eles bactérias e fungos, que fazem parte da parcela chamada material particulado 2.5”, afirmam a pesquisadora Dulcilena de Matos Castro e Silva, do IAL, primeira autora, e a professora Maria Regina Alves Cardoso, da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, orientadora da pesquisa de doutorado que deu origem ao artigo, elaborado por um grupo de pesquisadores. “Material particulado são todas as partículas que estão difusas no ar atmosférico, elas podem variar de tamanho e concentração de acordo com as condições ambientais no momento da amostragem.”

“Os microrganismos viáveis distribuídos no meio ambiente podem se tornar patógenos oportunistas para qualquer ser vivo ou ecossistema, dependendo da composição e da concentração existente no local”, apontam os pesquisadores. “Eles são uma das principais causas de problemas comuns aos seres humanos, como processos alérgicos leves ou crônicos, entretanto, em pessoas que possuem históricos e comorbidades, além de pacientes imunocomprometidos, essas partículas podem causar problemas de saúde e doenças mais graves”.

O objetivo da pesquisa foi conhecer a composição microbiológica do ar atmosférico em zonas urbanas e rurais e suas relações com as parcelas químicas e físicas do ar. “Nosso trabalho teve dois pontos de coletas distintos, um na zona rural, localizado em uma residência particular na cidade de Ibiúna, no interior de São Paulo, a 66 quilômetros (km) da capital e, outro na Avenida Doutor Arnaldo, no bairro de Cerqueira Cesar, em São Paulo”, relatam os autores.

Fonte: https://jornal.usp.br/ciencias/analise-do-ar-demonstra-que-poluentes-influenciam-concentracao-de-bacterias-e-fungos-na-atmosfera/

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